Primeiro tempo
O Sport não poderia ter uma recepção melhor. O adversário que é uma equipe organizada e com bons jogadores agradeceu.
O Fluminense deu espaço para o adversário tocar a bola em sua intermediária, não conseguiu manter a posse de bola e errou muitos passes.
O resultado foi que o primeiro tempo quase inteiro time de Recife teve o jogo à sua feição. Não foi incomodado e conseguiu levar o jogo em ritmo lento, arrastado, sem que quaisquer dos goleiros tivessem que fazer uma defesa.
Configuração de total interesse do visitante, que tem um ponto a mais que o Tricolor e tem uma camisa muito menos pesada que a nossa.
A torcida chegou a perder a paciência em alguns lances de passes errados.
Somente entre 30 e 35 minutos conseguimos levar algum perigo, justamente quando o time resolveu fazer a chamada pressão alta. Com isso, conseguimos roubar a bola na intermediária de ataque e chegar rápido na área do Sport.
Aos 31, Wagner quase marcou. Giovanni tocou para Gerson, que deu sequência com Fred. Wagner recebeu novamente já quase na pequena área e foi travado na hora que ia fuzilar para gol.
No lance seguinte, em bola que ficou pingando na área, Antônio Carlos recebeu de Edson e desperdiçou.
Esses lances animaram a torcida que começou a cantar mais alto.
Fora isso, um ou outro lance de falta cobrada na área ou chute de média distância.
Muito pouco para um time que joga em casa contra um adversário direto na tabela e que pretende terminar a rodada entre os quatro primeiros.
Em vários momentos, Fred chamava o time para dar pressão na saída de bola do Sport, mas não conseguimos fazê-lo.
Segundo Tempo
Fred sentiu o adutor e voltamos com Magno Alves em seu lugar.
Começamos essa etapa do jogo com postura diferente. Passamos a marcar o adversário em cima.
Com isso, tivemos boas chegadas antes do dois minutos e aos três. No primeiro, Magno Alves cruzou mal e no outro Gerson chutou fraco de fora da área.
Danilo Fernandes, goleiro do Sport, percebeu a mudança de postura do Flu e passou a fazer cera desde os três minutos.
Aos seis, Magno Alves cabeceou para trás já dentro da área e Edson desperdiçou boa chance.
A torcida cresceu junto com o time.
O Sport não conseguia mais passar do meio de campo e nem ficar com a bola. O Flu passou a ser absoluto no jogo.
Aos 10, em cobrança de falta para área, Antônio Carlos ganhou no alto e obrigou o goleiro do Sport a fazer grande defesa e espalmar para escanteio. A bola ia morrer na forquilha.
Aos 14, em um contra-ataque rápido, o Sport assustou pela primeira vez no jogo. Diego Sousa tocou e a bola saiu rasteira e fraca com certo perigo.
Aos 16, novamente o Sport e com Diego Sousa. O meio campo fez jogada individual desde o círculo central, conduziu a bola e chutou da intermediária, obrigando Cavalieri a fazer difícil defesa e ceder o escanteio.
O jogo ficou “lá e cá”.
Enderson colocou Wellington Silva, que para muito deveria ser o titular, no lugar de Renato.
Aos 21, Wagner achou bom espaço nas costas da zaga e cruzou uma bola diagonal para a infiltração de Jean. O camisa sete subiu bem, mas cabeceou muito para o alto. Boa chance criada.
O Sport voltou a ficar confortável no jogo, conseguindo manter a posse de bola e dominar as ações.
Somente aos 31, o Fluminense conseguiu novamente incomodar. E foi com um chute de voleio de Gerson, aproveitando cruzamento. A bola saiu por cima do gol.
Aos 37, veio a campo Marco JR no lugar de Vinícius.
Aos 38, Wagner fez falta para parar o contra-ataque do Sport e recebeu amarelo. Está fora do jogo contra o Palmeiras.
Aos 42, em jogada muito parecida com o segundo gol contra o Coritiba. Mas, dessa vez, o cruzamento foi de Giovanni e a cabeçada de Marco JR saiu fraca e em cima do goleiro. No rebote do goleiro, o mesmo Marco JR ia marcar, mas o zagueiro chegou chutando bola e cabeça do nosso atacante. Foi a melhor chance do jogo.
O time hoje esteve todo muito abaixo de suas possibilidades. No segundo tempo, ainda voltamos a ter a postura de agredir o adversário até os 20 minutos, mas tecnicamente não estivemos bem.
Não houve destaque individual.
O público decepcionou.
É preciso ressaltar que o adversário tem um bom time, mas faltou ao Fluminense a vontade que teve nos últimos jogos. Com um campeonato nivelado como esse, é fundamental que o time entre com muita vontade em todos os jogos, seja qual for o adversário e o palco do jogo.
Os juízes voltaram com nova postura para o Campeonato Brasileiro desse ano. Claramente a recomendação é para não aceitar qualquer tipo de reclamação, punindo as manifestações com cartão amarelo, e de deixar o jogo seguir. Ambas as recomendações foram bem aplicadas, mas ambas carecem de ser reguladas, precisam de uma sintonia fina.
Sobre a primeira recomendação, se no ano passada a frouxidão dos juízes permitia que alguns jogadores quase batessem nos árbitros, esse ano está quase uma ditadura. O juiz pode cometer o erro que for e os jogadores não podem sequer conversar.
Já a postura de deixar o jogo seguir está fazendo com que as regras do futebol sejam ignoradas. Uma coisa é aquela chatice de ver qualquer toque, qualquer contato entre os jogadores ser interpretado como falta. Outra situação é a falta realmente acontecer o jogo seguir. Aí a regra do futebol está sendo alterada. Hoje, o jovem Gerson precisou receber quatro faltas para que uma fosse marcada. Maikon Leite e Diego Sousa também receberam faltas claras que não foram apitadas.
Espero que ao longo do campeonato a interpretação dos juízes seja regularizada para ambos os casos.
Panorama Tricolor
@Panoramatri @Mvivone
Imagem: lancenet