Que o Carioquinha de nada serve, todos sabemos. Entretanto, é quase que uma briga com bêbado, em que só há vergonha quando se apanha. E o Flu tem apanhado.

As partidas contra Botafogo e Bonsucesso apontavam para uma maior competitividade da equipe, uma evolução e, até mesmo, maior comprometimento – tanto profissional como tático.

Mas veio o Macaé. E as dúvidas voltaram.

Críticas e mais críticas sucedem-se contra Cristóvão Borges. Muitas delas com absoluta razão. Não penso, entretanto, que o Carioquinha possa ser parâmetro para a demissão de um técnico, apesar de que possa ser revelador – não pelos resultados – de erros e acertos.

Cristóvão já fez o Fluminense ter o melhor futebol do Brasil.

Infelizmente, não durou muito.

De lá pra cá, erros e tentativas que não nos levaram a um patamar confortável de sistema de jogo. Temos medo do futuro. Temos medo do Brasileirão.

Essa não é uma análise que leva em conta nossa posição no campeonato, mas o futebol apresentado. Um bom primeiro tempo contra o Bonsucesso e estagnamos. Vimos um segundo tempo preguiçoso e um time sem grandes pretensões contra o Macaé.

Bastaram alguns desfalques para ficar evidente nossa dificuldade tática. Cristóvão não conseguiu armar uma equipe competitiva sem algumas peças. Os destaques nos treinos são retumbantes decepções em campo. Não nos impusemos contra o Macaé!

Sim, a preocupação não é se vamos ou não nos classificar na brincadeira da Ferj, mas o que será de nós quando houver desfalques no Campeonato Brasileiro, contra equipes bem mais fortes do que quaisquer dos adversários cariocas?

Borges não vale pelos placares do Carioquinha, mas deve ser julgado pelo trabalho que apresenta: não há um sistema tático funcional a gosto da equipe; não existe variação no sistema de jogo que nos permita reações ou tentativas de surpreender adversários; substituições e alterações, em geral, surtem pouco ou nenhum efeito.

Mesmo com a tranquilidade de uma semana inteira de treinos, nossa realidade não mudou.

Poucos treinos, pouca preocupação em fazer o time funcionar no melhor padrão possível.

O temor é nosso. As luzes amarelas estão acesas.

Depende de nosso treinador mostrar que não há razão para temermos o futuro. Por enquanto, não há tantas razões para confiar.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: huffingpost.com

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