Grande noite no fim das contas, mas com lições a serem aprendidas.
Em sua melhor atuação no ano, o Fluminense venceu o Botafogo por 3 x 1, tirou a invencibilidade do Alvinegro e alimentou o próximo capítulo do campeonato com esperanças tricolores. Dominou de ponta a ponta, só perdendo espaço nas questões defensivas.
O Flu começou dando as cartas no jogo e teve oportunidades desperdiçadas, o que não cabe num clássico. Quem não faz, leva: Jobson, craque, chegado numa fanfarronice, aproveitando o eterno paticumbum prugurumdum da defesa tricolor – ah, Henrique! -até o Marlon se enrolou. Depois, Cavalieri evitou o pior defendendo cabeçada.
A torcida gritou a plenos pulmões, reconhecendo que o futebol em campo tinha dignidade. O time não desistiu, continuou na frente e Kenedy finalizou sereno – depois da furada de Wagner – ao final do primeiro tempo. Placar igual. Se fosse boxe, o Flu teria vencido por pontos.
Depois de um início tricolor fulminante na segunda etapa – um balaço de Jean -, o clássico pareceu até um pouco chocho por uns dez minutos. Mas o carrasco alvinegro bateu à porta sem perdão e cobrou a conta: em pouco mais de dez minutos Fred decidiu o jogo.
O genial corta-luz que parecia despretensioso abriu caminho para a arrancada e a finalização elegantes de Gerson, virando o jogo e se emocionando merecidamente.
Depois, na função de zagueiro, tirando de cabeça um chute perigoso dos botafoguenses.
Por fim, a matada com categoria e a finalização implacável para vencer Jefferson, o craque dos goleiros. Foi o Fred que todos aplaudem.
O sabor de vencer um clássico com autoridade merecia bem mais do que vinte e cinco mil torcedores. E podia ter sido de mais.
As lições? A defesa tem que se acertar – ser acertada. Treinador que não inventa, aproveita. Garra e talento juntas decidem muita coisa.
No fim da partida, em maior número, a torcida do Botafogo aplaudiu e acolheu seu time, logo após o escape de uma goleada, enquanto do outro lado alguém dizia Ciao.
Tudo o que precisamos aprender, enquanto lembramos dos Gersons, Kenedys e Biro-Biros que nossa impaciência costuma ceifar das trilhas ao primeiro gol perdido ou derrota consumada. Ou o time que vai cair depois do primeiro revés.
Precisamos, eu, você, todos nós.
A humildade pode ser nossa esperança. A vitória deste domingo não deixa mentir.
Definitivamente, o Fluminense não é para os arrogantes.
Panorama Tricolor
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Imagem: pra
#SejasóciodoFlu
O balaço no segundo tempo foi do Edson.