Vovô gostou
“Esse jogo me lembrou os bons clássicos de antigamente.”
Disse meu avô Daniel, pai do meu Pai, Lenio, no alto de seus 103 anos.
Sim. Meu avô nasceu em 2 de novembro de 1911.
Na primeira Copa do Mundo, em 1930, tinha 18 anos.
Viu a história do futebol como testemunha ocular. Viveu tudo isso.
Viu, num jogo bem movimentado no Maracanã, o Fluminense vencer o Botafogo por 3 x 1.
O Fluminense começou o jogo melhor.
A primeira metade do primeiro tempo foi de domínio tricolor.
Fred tentou. Jean tentou. E Jefferson salvou ambas.
Mas foi o Botafogo quem saiu na frente, com Jobson. Numa bobeira da zaga. Quase gol de pelada.
Quase no final do primeiro tempo, Kenedy, numa bela finalização, fez o gol de empate.
Mostrou que não é só força que resolve. Um belo tapa, colocado.
Início de segundo tempo mais cadenciado.
Mas o Fluminense precisava partir para dentro, pois o empate o tirava do G4.
Aos 25, num chutão do Marlon, a bola vai no meio campo e Fred vai em sua direção.
A bola quica e, num belo corta-luz, nosso capitão tira alguns defensores, deixando campo livre pra arrancada do diamante Gerson.
Numa corrida que misturou técnica no domínio de bola, vontade – ao ser agarrado pela camisa e não abdicar do jogo -, além de precisão na finalização, nosso moleque de Xerém mostrou estar pronto pra ajudar.
Depois da virada, parecia questão de tempo pro Flu matar o jogo.
E matou.
Num contra-ataque o Fred dominou bem um lançamento, levou no braço num leve toque e deslocou o bom goleiro Jefferson.
Cravou 3×1.
Meu avô, botafoguense, não ficou feliz com o resultado.
Mas ficou feliz por mim. E pelo futebol apresentado.
É. Ele sabe das coisas.
Panorama Tricolor
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