Oi, pessoal.
Samuel Langhorne Clemens foi um renomado jornalista e comediante norte-americano no final do século XIX. É dele a célebre frase: “jornalismo é separar o joio do trigo. E publicar o joio.”
A essência jornalística, portanto, sempre foi direcionada a mostrar o que está errado, ruim. Cutucar e instigar. Não se deslumbrar com o trigo, ao contrário, focar e combater sempre o joio.
Com as mudanças viscerais na comunicação das últimas três décadas, o jornalismo foi afetado pelas teorias da publicidade e marketing. Onde deveríamos encontrar um jornalista, passamos a ver publicitários ou gestores de imagem dos envolvidos nos fatos que viram notícias. Falamos de entidades, empresas, governo, instituições… Clubes e jogadores de futebol, devidamente incluídos.
Sim, o jornalismo esportivo fundiu-se à publicidade e marketing. Separar o joio do trigo nunca foi tão difícil, pois passamos a ter o joio tratado como trigo e vice-e-versa. Falar bem ou mal, eis a questão. E tudo se resume a isso.
No atual cenário brasileiro é comum os comentaristas abdicarem das “análises sem fins lucrativos” para agradar terceiros. E setoristas, pressionados a gerar notas, um furo – na “velocidade da luz” da internet – atrapalharem-se, servindo-se, não raro, de marionetes para a defesa de interesses de “clube A e B”, jogador, dirigente, agente, patrocinador e afins.
Essa miscelânea resulta a fabricação de muitas mentiras que, muitas vezes, sombreiam o que é verdade. Um caos para nós, meros mortais, torcedores comuns e consumidores. Quando a questão envolve uma paixão como o Fluminense então, nem se fala.
A tragédia decantada após a saída da ex-patrocinadora, dezembro passado, não se concretizou. Tivéssemos ações na Bolsa de Valores e muito dinheiro, teríamos perdido por conta da antipatia miserável que o clube historicamente sofre da imprensa, especialmente, a carioca.
Chegamos ao mês de fevereiro relativamente bem, apesar de não negar que o Brasileirão vai exigir muito mais. No entanto, considerando grandes perdas, aquelas consideradas insubstituíveis no mercado atual, nós tivemos “apenas” as de Dario Conca e Cícero, titularíssimos em qualquer time brasileiro.
Também pesa a saída da dupla de laterais, Bruno e Carlinhos. Só que se considerarmos as idas e vindas em outros clubes fortes como Grêmio, Cruzeiro, Atlético-MG e Corinthians, eu acredito que não tivemos a tão propagada derrocada.
O clube conseguiu manter uma boa espinha dorsal com as permanências de Cavalieri, Gum, Jean, Wagner (esses dois últimos, próximos do acordo) e Fred. Ainda é necessário exercer o direito de compra, em abril, pelo Edson.
Eu gostaria de contar com Walter, que tem muito recurso técnico e pode ajudar. É um jogador pronto. Caso Fred se machuque, o que não é raro, Michael NÃO PODE ser seu substituto. Aguardo a permanência do camisa 18, até por não ser tão caro de bancar. Só que, se for verdade que ele queira sair, pode vazar!
Junte isso às boas apostas que o Fluminense fará. Já num bom início de temporada, jogadores formados no clube como, o já titular Marlon, o já utilizado Kenedy e os recém-promovidos, Gérson e Robert, que, ao lado de Marlone, poderão manter a qualidade do meio ao ataque. Vinícius também parece não ser bobo, tem noção. Assim, igualmente, Renato e Giovanni.
Ficaria faltando um volante para a reserva do Jean e Edson (Rafinha e Luiz Fernando, a princípio, não mantêm o nível). Há também a constatação de que Victor Oliveira e Lucas Gomes, embora voluntariosos, devem seguir suas carreiras em outro clube porque já mostraram não ter qualidade.
O zagueiro faz faltas bobas, é atabalhoado. O atacante corre, desloca-se e em cinco partidas – três do Carioca e duas na Florida Cup – não realizou uma jogada sequer. Só serviu de parede, numa posição que o jogador precisa ser ponte.
O Fluminense para contratar e apostar tem que trazer atletas visivelmente melhores que os que já estão no clube. Caso contrário, é tirar o espaço e retardar a evolução dos meninos.
Ao separar o joio do trigo e o joio misturado no trigo pela relação do jornalismo com gente dos bastidores do futebol, tanto a diretoria quanto nós, torcedores-consumidores do Fluminense, conseguiremos reativar a força do nosso clube, firmando o hercúleo Fluminense no papel de protagonista que vem sendo, para que salvemos o espetáculo das alegrias vividas como torcida nesses últimos anos, das pragas que querem nos deteriorar.
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Toques rápidos
- E o público da quarta-feira, às 17h, superou os cinco mil pagantes. Uau! Surpreendente!
- Amanhã, quinta-feira, tem mais Fluzão no mesmo “bat-horário”, só que em Bacaxá, contra o Boa Vista. Aliás, por que mesmo pode ter jogo no Laranjão, em Bacaxá, em Edson Passos, e afins, e nas Laranjeiras, não?
- Eu tenho uma confissão a fazer: como queria que o Fluminense tivesse sua “Arena” em Álvaro Chaves como a que o Palmeiras conseguiu… Será que verei em vida? Se para um Centro de Treinamento está um novelão, imagine para um estádio próprio.
- O presidente Peter segue com sua equivocada “política do caramujo” e não compareceu à FFERJ para a reunião que definirá o local do clássico contra o Vasco. É questão de honra (ou bravata) do Eurico não deixar sua torcida ir para o lado esquerdo do Maracanã. Inacreditável a criação desse “factóide”. Eurico apequena o Vasco da Gama.
- E o Wellington Silva, hein?! Acertou mais cruzamentos numa semana que em oito anos de profissional! Oxalá continue assim!
Fim de semana carnavalesco. Desejo a todos um carnaval alegre e positivo. Sem brigas. Sem excesso de álcool. E não deem mole, usem preservativos. Na quarta-feira de cinzas teremos mais Flu no Cariocão 2015! Até lá!
Abraços fraternos.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @CrysBrunoFlu
Imagem: Google Images
#SejaSocioDoFlu
Muito bom texto,essa do joio e do trigo é impagável.
Muito boa sua coluna. Bela avaliação sobre a mídia.
Quanto ao Flu perfeito, até concordo com Walter de reserva- rs
Acho que, aos trancos e barrancos, o Flu está conseguindo separar o joio do trigo, e por isso não acabamos como era a grande expectativa da imprensa esportiva com a saída da Unimed.
Temos material para fazer um belo desfile em ambos campeonatos. O Carioca é um esquenta para o Brasileirão, com treino e, com algumas alterações, não vamos atravessar o samba na Avenida! rs
Ótimo Crys, sua avaliação do jornalismo pode se estender à outros setores da imprensa. Jornalistas chapa-branca como Paulo Henrique Amorim e Luis Nassif são piores que Renato MP e Mauro Soares. Quanto ao Flu, Tenho um contido otimismo, mas em relação ao futebol carioca e brasileiro sou francamente pessimista. Contradição? Nem tanto, acredito que o futebol brasileiro caminha para o brejo a passos largos , enquanto o futebol carioca galopa à sua frente, mas o Flu pode formar um excelente time. ST
hoje na imprensa televisiva está abarrotada de ex-jogadores, que nem mesmo na sua maioria sabem conjugar um verbo, é vergonhoso, e pior é qdo analisam uma peleja fe forma totalmente errada, distorsida e mesmo tendenciosa. A rede Banadeirantes é a maior vergonha, são bairristas, clubistas e cheios de ranço, a Globo é um total em cima do muro, so tem vez os politicamente corretos e ESPN é so antigos comunistas falando, Sportv com Edinho e Cia é uma lastimae por fim Maro Sergio na Fox é purgatorio
Parabens pelo artigo,
concordo c quase tudo e acrescento: a imprensa esportiva televisiva atual é simplesmente a mais desqualificada de que se tem noticia. Vejamos, na imprensa politica temos um Merval Pereira; na economica, falecido joelmir beting; critica mucical, um Regis Tadeu; politica partidari, um reinaldo azevedo, e assim em diante. Perceba que pessoas com Juca Kfouri sempre passaram a impresão de imparcialidade e como tal mancharam seu curriculo qdo apresentaram a sua face genuina.
Olá, Ronaldo, boa tarde. Muito obrigada pela leitura.
É verdade. A TV ainda piora, talvez porque eles queiram vender o produto e são péssimos nisso. rs
ST!