De tricolor para tricolor: por favor, não atirem a primeira pedra. Não digam que a política do bom, bonito e barato que nos arrasou na década de 1990 voltou. Não digam que ano que vem vai dar tudo errado. Não digam que a saída da Unimed vai nos causar o mesmo efeito que a saída da Parmalat causou ao Palmeiras.
Já tem gente suficiente para dizer tudo isso: a Flapress e os ex-empregados (ou ainda empregados) da Unimed, os adversários, que não perderão a oportunidade de nos arrasar. Eles vão rir dos nomes dos desconhecidos que contratamos, vão dizer que são a prova da falência, que o Flu acabou, que finalmente vai para a série C, de onde nunca deveria ter saído.
Deixem a gentalha falar, tricolores. Sempre que nós agimos mais que falamos, nos demos bem e eles quebraram a cara. Posso provar que temos razão para apostar na política atual. São basicamente quatro as razões da minha fé.
Primeiro: já deu certo no passado. Na cabeça dos tricolores, falou de montagem de elenco com desconhecidos, a imagem imediata é 1983-1984. Eu entendo, porque é claro que não é todo dia que se acha um Branco, um Jandir ou um Tato dando sopa por aí. Mas não acho que seja o melhor exemplo porque não se tratou exatamente da formação de um elenco com desconhecidos. Assis, Washington e Romerito não eram desconhecidos. Ricardo era prata da casa, como Paulinho, Deley e outros tantos. E a composição do time e do elenco foi feita com a legião de desconhecidos.
Talvez haja um exemplo bem melhor, mais próximo, vivido na era Unimed mesmo. Entre 2007 e 2008, tínhamos jovens da divisão de base, como Carlos Alberto, Arouca, Junior Cesar, Fernando Henrique e outros. Nada mais que isso. Trouxemos alguns jogadores relativamente conhecidos, como Luiz Alberto, Washington e Dodô. Mas a grande sacada foi a contratação de jovens sem muito prestígio, com o talento em prova. Nomes? Thiago Neves, Thiago Silva, Conca, Gabriel, Cícero. Todos se deram bem com a camisa do Flu e pelo menos dois se revelaram craques incontestes: Conca e Thiago Silva. Saíram do nada ou do quase nada para o estrelato, e isso poucos anos atrás.
A segunda razão a motivar minha esperança são as contratações do ano passado. Eu, honestamente, não acreditei na saída repentina da Unimed. Acho que já estava decidido e acordado faz tempo. Há indícios para isso, dos quais um dos mais representativos foi o lançamento, pela Adidas, em setembro, de uma camisa sem patrocínio, chamada “camisa do torcedor”. Ela é tricolor na frente e grená atrás. Mas não tem o nome Unimed. O contrato permitia isso? Penso que não. E penso também que a contratação de Edson e Mattis tem tudo a ver com a saída da Unimed. Dois tiros, dois acertos. Houve erros, inclusive este ano (Fabrício), mas pelo menos dois grandes acertos e duas outras que ainda estão sub judice, por razões distintas (Henrique e Renato).
Em terceiro lugar, acho que o pior já passou. O pior não foi a saída da Unimed agora, foi o ano de 2013. A quebra do clube, a atitude nefasta dos jogadores, o quase-rebaixamento e o linchamento público pós-Flamenguesa levaram a que nós iniciássemos o ano de 2014 com medo. Medo mesmo: medo de ser roubados, medo de ser espancados nos jogos fora de casa, medo de que a sacanagem do fim do ano se transformasse numa perseguição em 2014. Não aconteceu, está claro agora, e creio que iniciaremos 2015 livres do medo com o qual iniciamos 2014.
Por fim, tenho fé na política adotada para 2015 porque se trata do Fluminense. Quantos de nossos timinhos foram vitoriosos? Quantos largaram sob descrédito e chegaram consagrados? Durante boa parte do percurso, a Flapress e os adversários nos menosprezaram. A torcida não. Ela teve fé. Poderia ter dado errado? Deu em muitas vezes. Pode vir a dar errado. Pode e diria que a chance é maior do que dar certo. Mas também pode dar certo.
Meus amigos, repito: deixem o olho de seca pimenteira para os outros. Depositemos nossa fé e apoiemos. Quem sabe não estamos formando agora os grandes campões de 2016?
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
Imagem: google
Crônia perfeita. Também estou otimista; O período de milionários acomodados também passou, a espinha dorsal permaneceu, nosso eterno ídolo Conca permaneceu junto com o Paredão da 12, Fred, Vagner, Gum e Cícero, juntando esses, às apostas jovens querendo aparecer pro cenário do futebol na grande vitrine que é o nosso Flusão, acho que vai dar liga sim. Torceremos também para que nosso treinador tenha aprendido com os infinitos erros que cometeu na temporada passada. Saudações Tricolores.
Prezado Renard,
O negócio é a torcida se fechar e apoiar os caras. Lembro que as primeiras atuações do Edson foram discretas e teve muita gente ridicularizando ele. Hoje a gente está com receio de perdê-lo.
ST,
João