Infelizmente, ontem, nos deixou um dos maiores ídolos da torcida do Fluminense: Assis.
Nosso craque morreu vítima de uma insuficiência renal e nos deixou por volta das cinco e meia da manhã de domingo.
Uma perda irreparável e uma dor imensa para uma legião de tricolores, principalmente, para aqueles que como eu eram garotos quando Assis jogou pelo Fluminense
O camisa 10 com seus gols, passes e conquistas ajudou a formar muitos tricolores pelo país. Benedito de Assis da Silva, o Assis, veio para o Fluminense em 83 e junto com Washington formou a mais famosa dupla do futebol brasileiro da década de 80 para cá e uma das famosas de todos os tempos. Eram conhecidos como o famoso Casal 20, em alusão a uma série de TV americana que fazia muito sucesso pelas bandas de cá.
Assis era um meia atacante canhoto que tinha um excelente passe e concluía muito bem tanto por cima (de cabeça) quanto por baixo. Assim como seu companheiro Washington, tinha pernas esguias e passadas largas. Jogava com uma classe e uma elegância digna dos grandes camisas 10 do futebol brasileiro.
Logo que chegou ao clube, ajudou a conquistar o título carioca e fez um gol decisivo contra o Flamengo, aos quarenta e quatro do segundo tempo quando o time àquela altura já estava praticamente sendo alijado da disputa do título no triangular final. A comemoração do ídolo naquele gol foi antológica e mostra outra grande faceta do craque: o carisma. Nenhum tricolor se esquecerá daquele gol e daquela comemoração onde o camisa 10 corre meio como um louco sem saber o que fazer para a lateral do campo.
No ano seguinte, o bicampeonato carioca e novamente um gol decisivo em final contra o Flamengo. Desta vez, de cabeça, em cima do marrento goleiro argentino Fillol. Assis contava que depois de ter cabeceado, gritou “Toma gringo” e correu para o abraço. O goleiro havia dito à imprensa que se ele fosse o goleiro do Flamengo em 83 aquela bola não teria entrado. Com dois gols decisivos em finais contra o Flamengo, ele passa a ser conhecido como o Carrasco e em todo Fla-Flu a torcida entoava a seguinte canção: “Recordar é viver, Assis acabou com você”.
Ainda em 1984, Assis viria ser peça fundamental da engrenagem do excelente time comandado por Carlos Alberto Parreira e se tornaria campeão brasileiro tendo feito um gol importantíssimo no jogo contra o excelente Corinthians de Sócrates e Casagrande na casa do adversário naquela vitória magistral por dois a zero.
Em 1985, o tricampeonato carioca. Não participou do jogo decisivo contra o Bangu, mas foi novamente importante na conquista.
Foi convocado algumas vezes para a seleção brasileira. Mas, foi no Fluminense – onde de 83 a 87 realizou 177 partidas e fez 54 gols – que o craque fez fama.
Infelizmente, Assis fez dupla com o casal 20 até na hora de nos deixar. Quarenta dias após o camisa 9 daquele esquadrão da década de 80 ter morrido fruto de uma doença degenerativa, Assis nos deixa e o Casal 20 foi levar alegria a outro lugar.
Assis e Washington foram de um tempo que o amor à camisa e o fato de serem idolatrados (no bom sentido) eram mais importante que tudo.
Humildes, generosos, carismáticos e craques, os dois encantaram até mesmo aqueles que não eram torcedores do Fluminense. Uma perda irreparável para toda a família tricolor. Mas, como alento, ídolos como Assis e Washington não morrem jamais. Estarão sempre vivos em nossas memórias e nossos corações.
A eternidade é dada para uns poucos e, dentre estes, está Assis.
Obrigado por tudo, Assis.
E até um dia.
Panorama Tricolor
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