Bem, tricolores, lá vêm vocês de novo. Que tal uma visão vascaína do jogo que está por vir?
O Vasco teve quinze rodadas de um campeonato para montar um time. Até conseguiu fazê-lo razoavelmente na parte de trás. Zaga, laterais e os dois cabeças de área estão definidos. Jogam com algum entrosamento. E só.
Jogamos 15 partidas fora. Não há um ataque definido. Edmilson rende fazendo gols. Mas num dia atua sozinho. No outro com Barbio, o louco. No outro com Everton Costa. Montoya. Reginaldo.
Tudo isso municiado por um único meio campista que sabe jogar alguma coisa. Douglas.
Então a escalação do Vasco é um mistério até para o time. Que dirá pra mim.
Mas aposto minhas calças que o Vasco entrará num moderníssimo 4-7-0. Piada. Vai ser o famigerado 4-3-1-2, com Everton Costa e Edmilson na frente e Douglas tentando fazer a mágica de municiar estes dois.
Fosse eu o treinador do Vasco, partiria pra cima do Fluminense nessa próxima 5a feira com tudo. Tentaria explorar a instabilidade do momento e pressionaria o Flu na sua saída de bola desde o começo do jogo. Um gol cedo certamente acabaria com o resto de segurança que o Fluminense tem hoje, dado o último resultado e as sempre esquisitas declarações de Renato Gaúcho após a derrota.
Mas eu não sou o treinador do Vasco. Medroso que só ele, Adílson jogará para não perder de jeito nenhum este jogo e empurrará as decisões mais radicais, se necessárias, para o quarto tempo de jogo, ou seja, para a metade do segundo tempo da segunda partida. Enquanto isso cozinhará o galo e o saco dos vascaínos em banho-adilson, rezando para fazer um golzinho em um dos poucos ataques que fará.
Há porém um fator de motivação. E aqui não há um pingo de ironia ou gozação: hoje em dia poucos adversários permitem ao vascaíno alguma confiança em seu time. O Fluminense é certamente um deles.
Nasci em 70. Vi Mazaropi empurrar a falta de Edinho pra dentro do gol. Vi um grande time do Vasco perder um brasileiro pra outro grande time do Flu. Vi, ao vivo, Washington driblar a defesa inteira do Vasco, Donato, Acácio, e entrar com bola e tudo. Vi, de trás do gol, o incrível azar de Zé do Carmo ao cabecear contra. 1 a 0 Flu.
Tinha medo do Fluminense.
Mas isso mudou, pra mim, numa final de turno, em 86, em que viramos o jogo com dois gols em dois minutos. Vivinho (Welves. Lindo nome!) e Bismarck, numa jogada emboladíssima. Romário, até então, jamais havia marcado gols contra o Flu.
Depois desse dia, tudo mudou.
Estava também lá, dez anos atrás, vendo Léo Lima(!) cruzar de letra para o gol de Souza(!), na nossa última conquista de Campeonato Carioca.
Não temo o Fluminense.
E certamente, ganhe quem ganhar, torceremos pro mesmo time na final.
Boa sorte, tricolores. Torçam dai, que eu torço daqui.
Saudações Cruzmaltinas,
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
Imagem: RAP
1 Comments
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Zeh, esse jogo dos gols do Vivinho e Bismarck foi em 1988, abs, ST!