A visão errada (por Juliana Rolhano)

coluna juliana 2

Esta semana levei um susto muito grande: comecei a sentir certo incômodo na vista. Olhos vermelhos, espasmos musculares na pálpebra e vista cansada. Precisei correr para o médico. E o que poderia ser uma contradição, pois conseguir marcar uma consulta pelo plano de saúde é trabalho para quase um mês, virou uma excelente surpresa. Graças a uma desistência, consegui uma vaga para o mesmo dia.

Chegando lá, outra surpresa: descobri que as lentes dos meus óculos estavam erradas. Eixo fora do lugar, grau errado, correção de hipermetropia faltando e um agravante, eu estava errada por não usá-lo 24h por dia. Um verdadeiro desastre. Conclusão: colírio durante cinco dias, a troca de óculos e a compra de lentes de contato.

Quantos ônibus eu perdi por não enxergar o número direito. Quantas pessoas eu não identifiquei na rua. Quantas vezes cheguei ao final do dia com dor de cabeça sem saber o porquê. Estive forçando minha vista durante todo este tempo. Estive enxergando mal durante todo este tempo. Mas isso já está sendo corrigido e a melhora é certa.

Mas quem anda com a visão bem errada é o time tricolor carioca. Anda enxergando mal. Bem mal.

A estreia na Copa do Brasil foi bem ruim. Péssima. Chances desperdiçadas, espaços liberados como quem oferece o quintal para os amigos. Os adversários passeando em nossa defesa. E atacantes dormindo no ponto.

Vergonha, ansiedade, medo, incertezas, pavor, esperança, tudo isso permeando a mente de todos os torcedores.

Muita coisa precisa mudar se o Fluminense ainda quiser ganhar alguma coisa este ano.

O primeiro passo é perceber que se está com um problema. Seguir dando desculpas não vai solucionar a dificuldade. Negar não vai resolver. Negar não vai consertar a visão.

O segundo passo é correr para o médico. E executar tudo o que ele prescrever. Para que o problema seja resolvido, Renato precisa acertar na escalação – fato raro. Não há mais espaço para erros.

E, por último, tudo aquilo que for prescrito precisa ser executado. Os jogadores precisam se empenhar mais. Mais treinos, mais jogadas, mais vontade. Entrar no jogo de verdade e não simplesmente fazer número. O segundo tempo do jogo contra o Horizonte deixou muito a desejar, principalmente nos minutos finais.

O Flu não se precisa de onze jogadores em campo. Ele precisa de onze guerreiros na arena. Outro espírito. Outra atitude.

Dia 10 tem a partida de volta da Copa do Brasil – já complicada pelo mau resultado no Ceará -, onde o Fluminense precisa ganhar;  amanhã, ele encara o Volta Redonda pelo Estadual e também precisa vencer, se pretende contar com a vantagem de dois empates nas semifinais.

Hora de se cuidar. Acertar a visão.

Corrigir os problemas e entrar no eixo.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: Sempre Flu/JR

1 Comments

  1. Acho o Renato Gaucho como treinador, está longe de ser treinador para times do porte do Fluminense e demais, acho que os dirigentes cariocas precisam dar mais tempo aos treinadores para realizarem um trabalho de base, com a ajuda de estatistica como em Moneyball – O Homem que Mudou o Jogo: http://www.youtube.com/watchv=n64ysurtc_g.
    Temos salários de jogadores exorbitantes. salários de técnicos estratosféricos e muita paixão envolvida, porém pouco planejamento técnico.

    *** Antispam disabled…

Comments are closed.