Os 300 e poucos presentes num jogo do Flamengo podem ser motivo de gozação dos torcedores rivais, afinal, trata-se da autodenominada “maior torcida do mundo”.
No entanto, brincadeiras à parte, não é motivo de alegria para ninguém, pelo contrário, é de profunda preocupação. Se fosse um jogo isolado, em que motivos de força maior impediram o comparecimento de um público interessadíssimo no jogo, poderíamos brincar à vontade. Mas não é. Essa é uma desoladora realidade que atinge os demais times grandes que participam desse Campeonato Carioca. Pior, tem sido a característica marcante em todos os estaduais do país.
Será que nem esse vexame de quarta-feira em Volta Redonda é capaz de sensibilizar quem cuida do futebol brasileiro? Amigos, esqueçamos CBF e Federações. Não vão tomar providência alguma. Um paliativo aqui, outro ali, mas solução mesmo, nenhuma! Qual o caminho? Ou os clubes se unem e tomam de assalto a organização do esporte ou o brejo chegará definitivamente.
E não para por aí, outro indicador da qualidade (ou falta) do futebol doméstico é o material humano que se produz dentro das quatro linhas. Cadê as revelações? Neymar, Oscar, Bernard e paramos por aí. Tem mais alguém? Os jogadores brasileiros de altíssimo nível estão todos na Seleção, mas nem todos que estão lá têm esse adjetivo. Enfim, a nossa máquina de fazer craques está, cada vez mais, modesta.
Racismo
O racismo mostra duas faces: o deplorável ato em si e o estágio atual da civilização humana. Com relação às atitudes das pessoas, pelo menos no futebol, só com medidas radicais a coisa pode refluir. Da eliminação dos times da torcida infratora para cima, caso contrário, a situação tomará maiores proporções.
Não sei se é só impressão, mas tenho visto atitudes espalhadas, não só relativas ao racismo, não só no Brasil, que seriam incompatíveis com o estágio atual da raça humana. Evoluímos em algumas coisas, mas no principal, na consciência, regredimos? Estamos voltando à barbárie?
Gostaria de estar falando de coisas boas, mas esta semana não foi fácil para o nosso futebol.
A Copa é aqui
Há algum tempo, tinha falado que o Fernandinho merecia uma chance e, quando entrasse, provavelmente, assumiria a titularidade no lugar de Luiz Gustavo. Fernandinho e Paulinho além de formar uma dupla de altíssimo nível, permitem ao Felipão adotar o que se vem praticando: um volante fixo e outro que sai para o jogo. Não necessariamente as peças ficam presas nessas funções; ora um, ora outro. Paulinho tem mais desenvoltura no campo de ataque, mas Fernandinho pode inverter e, eventualmente, sair para o jogo.
Quanto ao grupo de 23 jogadores que vai para a Copa e que será convocado dia 7 de maio, William deve ganhar a vaga ocupada por Jadson na Copa das Confederações. Parece que há três escolhas por fazer: um goleiro (Cavalieri ou Vitor), um lateral direito (Maicon ou Rafinha) e um zagueiro (Dedé, Miranda ou Réver. Não me lembro de mais ninguém). Do meio para frente, novidades, só se alguém se machucar seriamente.
Pré-revisão: Rosa Jácome
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @MauroJacome
Foto: www.ticket.com.br
1 Comments
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Brilhante texto, Mauro!
ST