Há tempos não via, no futebol brasileiro, uma atuação como a de Conca, o Pequeno Craque tricolor. Defesa, meio-campo, ataque, meio-campo, defesa. Calcanhar por baixo das pernas de Wallace, chaleira para Walter, arrancadas, passe para Michael abrir o placar, lançamento para Gum no gol de Elivéton, chutes precisos, carrinhos para roubar bolas, auxílio a Carlinhos na marcação. Foram 95 minutos que deixaram ambas as torcidas de queixo caído. Uma, de orgulho; a outra, de desespero. Tricolores e rubro-negros vão sonhar com o passeio do camisa 11 tricolor, no Maracanã, por alguns dias.
Primeiro Tempo
Logo após o apito de início do jogo, percebeu-se que o Fluminense não seria ofensivo. Tinha uma marcação adiantada, preenchia a intermediária para que o Flamengo ficasse longe do gol de Cavalieri, mas não subia ao ataque sem segurança. Assim, o time rubro-negro detinha a bola, mas trocava passes quase na linha central. O Fluminense observava pela fresta.
A partir dos 10’, o Fluminense encolheu as linhas, passou a marcar mais perto de sua área e tentou contra-ataques, mas era um contra dois, três. A bola batia e voltava. Esse recuo excessivo foi perigoso, chamou o Flamengo para o jogo. Aos 15’, André Santos mandou uma bola na trave. O time tricolor se assustou e permitiu alguns lances pelos lados do campo. Essas jogadas pelos flancos são terríveis para uma zaga que marca a bola, em vez dos adversários. Elano quase fez de cabeça num cruzamento de Léo Moura, que entrou livre pelo lado de Carlinhos.
Numa das raras subidas ao ataque, aos 21’, Conca chuta, bate na zaga, Jean pega o rebote e rola para Rafael Sóbis, que chuta rente à trave.
Depois do tempo técnico, o Fluminense conseguiu reequilibrar as jogadas defensivas e as ofensivas e evitou a pressão contínua do time do Flamengo. A marcação voltou a se posicionar mais perto da linha central do campo e os ataques tinham a sustentação dos laterais e dos volantes Jean e Diguinho.
Aos 28’, Conca recebeu livre na esquerda da intermediária do Flamengo, olhou para Michael, passou-lhe a senha e fez o lançamento. O centroavante recebeu o código, entendeu e correu para tomar impulso, foi no terraço e testou, como um tiro, no canto direito de Felipe. Golaço.
Após o gol, o tradicional recuo. Éverton e Léo Moura passaram a ter liberdade, aproveitaram-se da marcação deficiente de Carlinhos e criaram algumas jogadas pelo lado esquerdo da defesa do Fluminense. Uma finalização na pequena área de Éverton, um chute de Amaral defendido pelo goleiro tricolor e uma falta cobrada por Elano, que passou perto, assustaram a torcida. Mas a etapa inicial terminou com o Fluminense em vantagem.
Segundo Tempo
Aos 2’, Conca recebeu falta numa linda jogada, ao dar chapéu em Léo Moura. O Pequeno Craque cobrou a falta na cabeça de Gum. O zagueiro cabeceou em cima do Felipe. Como sempre, o goleiro do Flamengo soltou a bola e Elivélton estava lá para mandar as redes. 2 x 0.
Após o segundo gol, o contra-ataque passou a ser a tônica do jogo do Fluminense. Muita velocidade, movimentação e trocas rápidas de passes. O Flamengo recuperava a bola e devolvia para o Fluminense, que tomou conta do jogo. Rafael Sóbis apresentava-se para todas as jogadas. Conca deitava e rolava. Carlinhos subia e chutava constantemente.
Depois do tempo técnico, o Flamengo foi com tudo para cima. Um, dois, três ataques. Em seguida, a marcação do Fluminense voltou a se espalhar pela intermediária e afastou o rubro-negro de Cavalieri.
Aos poucos, o ímpeto do adversário diminuiu, Conca se posicionou nos buracos do campo, Rafael Sóbis ficou emparelhado com o argentino e Jean e Diguinho ficaram atentos em completar o quadrado. Essa formação deu bastante consistência e volume de jogo.
Aos 29’, Renato Gaúcho colocou Walter no lugar de Michael, e, aos 34’, Chiquinho, no do extenuado Rafael Sóbis. As alterações surtiram efeito: numa bola mal cortada pela zaga do Flamengo, Chiquinho ganhou na corrida de Léo Moura e rolou para Walter no meio da área. O atacante bateu de primeira, fez o terceiro e fechou a tampa do caixão.
Palmas para Renato Gaúcho. Milhões de desculpas ao técnico, ao menos pelo que fez hoje. O time mostrou uma excelente organização tática, sinal de que houve muito treinamento para este jogo durante a semana. Ao contrário de outros “professores” que passaram na história recente, e trágica, das Laranjeiras, Renato Gaúcho trabalhou os jogadores. Inclusive, no aspecto moral. Bato mais uma vez na tecla: 2014 vai ser um dos anos mais difíceis da vida do Fluminense. O espírito mostrado pelos jogadores em campo deve se repetir pelas demais partidas ao longo do temporada.
Essa vitória lavou a alma tricolor. Alma que idiotas e marionetes tentam manchar. Valeu Fluminense, valeu Conca.
Por falar em idiotas, ingressos a 100 reais?
Interessante: depois do jogo, vi muita gente sem graça por aí…
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @MauroJacome
Foto: esportes.br.msn.com
Revisão preliminar: Rosa Jácome
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Há quanto tempo não escutava elogios para o nosso Fluzão. Sábado todos tiveram que se render a nós. Será um ano difícil, mas se o time jogar sempre com vontade de ganhar, eles terão que se calar. A torcida mulambenta saiu caladinha do Maracanã e engolindo o coro que havia decorado. Que seja assim contra todos!
E deu CONCA , Conca!!!!! Todo o time se empenhou, todo mundo jogou ligado e sério. Conca consegue estar melhor do que já era muito bom. Por isso Conca e ídolo tricolor: por competência, dedicação e merecimento. Valeu Conquinha, valeu Renato, valeu time!!!!
Rods comenta:
essa segunda será um pouquinho diferente das últimas, certo? Manda “aquele abraço” pro pessoal do seu trabalho!
A seguir assim, Conca ganhará estátua nas Laranjeiras.
ST!