Falha, mas faz (por Rods)

Gum
Gum, guerreiro! Gum, Guerreiro!

O tipo de político “rouba, mas faz” todos nós conhecemos. Mas o nosso zagueiro Gum é, definitivamente, o maior representante do tipo de jogador “falha, mas faz”. É incrível, como é quase sempre ele quem resolve uma partida para o Fluminense. Se alguém se der ao trabalho de pesquisar e fazer um balanço de suas falhas e de seus gols, eu gostaria muito de ver o resultado.

Gérson, o nosso canhotinha, gosta de repetir a frase “quem tem Gum, tem medo”. Já a torcida tricolor fica alternando entre ela e o grito de “Gum, guerreiro”. Disso, tiramos ao menos uma grande verdade: ele não se esconde do jogo. Você nunca verá ele se omitindo da marcação, se fazendo de morto ou deixando de apoiar o ataque quando necessário. Esse mérito é dele e não podemos negar.

Mas vamos ao jogo. A vitória tricolor de três a um sobre o Audax teve seu início tão ruim que eu dormi. Confesso. Preguiçoso no sofá, cochilei dos 5’ aos 20’ do primeiro tempo. Acordei pra ver o gol do “time-projeto”. Obviamente, meu primeiro pensamento foi de que eu deveria ter continuado a dormir. Não pude perceber se houve algum tipo de falta no Gum, mas o fato é de que ele ficou pregado e o zagueiro do Audax nem precisou sair do chão para fazer o primeiro gol do time, não apenas no jogo, mas também no campeonato. Ressuscitar mortos, coisas do Flu.

Mas o juiz, meu xará, tinha resolvido que seguraria a partida na base do cartão e, pouco depois de aberto o placar, não perdoou o companheiro de zaga do homem do gol. Terceira falta violenta, segundo cartão amarelo, pro chuveiro. Com um homem a mais, a responsabilidade sobre o Fluminense se agigantou. Fez Renato sacar Rafinha – que sofrera a falta da expulsão e estava sendo marcado pela torcida – e quebrar seu losango, colocando Wagner em campo.

Gol de Romário

O tempo foi passando e nada do Flu empatar, até que aos 44’, em um escanteio batido por Rafael Sóbis, a bola subiu após um soco mal dado por Yamada – que na oportunidade, trombou em toda sua zaga e ainda pediu falta – e Wagner, de costas para o gol, mandou uma bicicleta com rodinhas. Na mesma hora lembrei no gol bicicleta que o baixinho fez em cima do Guarani em 2003. À propósito, o único gol de bicicleta em toda sua carreira. Enfim, sem a plástica e beleza comum ao lance, chamo de bicicleta com rodinhas. Bola lá dentro, Fluminense 1×1 Audax.

Sem dúvida, o Wagner é um personagem especial do atual elenco tricolor. Perseguido, xingado e odiado até virar suplente ou nem ser relacionado. Aí entra no decorrer da partida e ajuda a resolver. Quem diria que ele seria também responsável pelos outros gols tricolores? Isso muito me lembra o Sóbis de dois ou três anos atrás.

Ataque contra defesa

Engana-se quem acha que o jogo ficou bom no segundo tempo. Nada disso, continuou ruim. Mas o Flu foi pra cima do Audax como se não houvesse amanhã. Questão de três pontos, de classificação, de honra. Mesmo que desordenado, o ataque tricolor foi acuando o adversário, que durante algum tempo ainda deu trabalho em contra-ataques. Chegou a parada técnica e nada de gol. A pressão tricolor aumentava, mas a tensão também. Renato começou a apelar e lançou dois atacantes de velocidade no decorrer do segundo tempo. Sacou os inoperantes Wellington Silva – que realmente não tem condições de estar no Fluminense – e depois Willian – que merece chance quando o time estiver mais ajustado – para a entrada de Biro Biro e Marcos Jr.

O segundo gol veio aos 36’, em uma bola alçada na área. Wagner cabeceou fraco e após disputa de bola, Gum, bem desengonçado, colocou pra dentro. Depois, aos 42’, Wagner coloca a bola no segundo pau para o garoto Elivélton marcar seu primeiro gol como profissional e o terceiro tricolor na partida. Fim de papo: Fluminense 3×1 Audax. Mais três pontos na conta.

Nos acréscimos

Sou a favor do rodízio proposto pelo Renato, mas me espantei como o time ficou perdido. Parecia um time de pebolim, com jogadores quase estáticos, de pouca e previsível movimentação. Mas vamos esperar pra ver as consequências disso no Fla-Flu de sábado. Já estamos há tempo demais sem vencer um clássico.

Conca hoje não foi tão bem, mas lutou como sempre. Correu, brigou e até bateu lateral. Não me canso de me surpreender com ele.

Já vi algumas vezes pessoas comparando o Chiquinho com o Rhayner nas redes sociais. Apesar de ter se tornado uma constante no time do Renato, lembrem que ele não é lateral. Tempo ao tempo.

Estamos em construção. A torcida precisa comparecer e apoiar. Ainda no espírito das adaptações: a boca que vaia é a boca que canta.

ST!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @Rods_C

Foto: Nelson Perez – Fluminense F.C.  

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4 Comments

  1. Sim é um time em construção, mas o elenco em si pouco difere do “rebaixado” Fluminense de 2014. Muito se fala em apoiar, apoiar… Desde 2009 a palavra mais usada foi apoiar. Confesso que deu certo em 2010 em 2012, mas no ano passado quase deu merda. Por muito menos o pau quebrou em São Paulo por causa da má atuação do molambo paulista, mesmo tendo sido recentemente campeão da Libertadores e Mundial. A busca tem que ser sempre pelo equilíbrio! Apoiar até quando?

    1. Rods comenta:

      Rodrigo, não tiro sua razão e , na verdade, eu insisto que exista o apoio durante o jogo. As vaias, se necessárias devem mesmo aparecer ao fim da partida. Mas durante? O que isso traz de bom? Só faz o jogador ficar nervoso e falhar mais ainda.

      Sobre a galinhada paulista, eu não acredito que invadir treino pra quebrar perna de jogador tenha qualquer consequência boa. Eles mesmos disseram que entraram pra quebrar o Sheik e o Guerrero. Por essas e por outras que mulambo é mulambo.

      Devemos cobrar, mas não dessa forma. Isso só atrapalha. Acho que estamos colocando em cima do Renato a carga do ano passado. Para mim, o momento é de deixar ele trabalhar.

      Acredito que sábado começará pra valer o nosso ano.

      ST!

      1. É gente amiga!!! Sou contra a cometer atos de vandalismo, depredação e agressão a jogadores, mas que resolve isso é fato! Da ultima vez que isso aconteceu lá eles acabaram campeões da libertadores e do mundial. Gato escaldado tem medo de água fria eu não quero que tenha um repeteco de 96-97.

        1. Então você é a favor do vandalismo, Rodrigo.

          Quando aquele torcedor agrediu o Diguinho anos atrás, nada de bom aconteceu. Fazer o time jogar com medo não é a resposta. Não há comprovação alguma que suas falhas são fruto de “sacanagem”.

          ST!

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