Hoje, na apresentação do programa Redação Sportv, dez entre dez tricolores perguntavam-se sobre quem seria aquele sujeito a interromper regulamente o jornalista Marcelo Janot, autor do livro “Pagar o quê – respostas à maior bravata da história do futebol brasileiro” junto com três cronistas do PANORAMA: João Marcelo Garcez, Luiz Alberto Couceiro e Paulo-Roberto Andel.

A resposta era simples: Márvio dos Anjos, respeitado blogueiro do Globoesporte e editor do jornal Destack.

Descontadas as hipérboles, nenhum problema em Márvio ser um declarado torcedor do Flamengo, assim como Marcelo Janot é um tricolor de coração. Nenhum. Até mais do que saudável diante do debate do programa, sobre o caso Gávea-Canindé, rapidamente desviado pelo sr. Rizek.

Exceto quando referiu-se ao livro mais esperado por toda a torcida do Fluminense em anos como algo que pudesse ser confrontado com uma piada – afinal, segundo sua expressão, não existia um livro tratando a respeito de piadas de português, de modo que os autores estariam levando muito a sério o tema (não há absolutamente nada de engraçado em “Pagar o quê?”, pelo contrário, sem levar em conta o “micão” que é comentar a respeito de uma publicação não lida previamente).

Ou o reducionismo ao dizer subliminarmente que parte da imprensa esportiva, claramente cometedora de crimes previstos no Código Penal contra o clube e sua torcida, nada tinha a ver (diretamente) com as agressões verbais e físicas comentadas contra torcedores tricolores mês passado, pois “as pessoas são idiotas” (sic) – bom, se colocarmos neste rol alguns jornalistas esportivos, aí a sentença passa a ter completo sentido.

Não há dúvidas de que cada pessoa é responsável pelos crimes que comete, excetuando-se os inimputáveis. Contudo, não há dúvidas que comportamentos agressivos em setores da população muitas vezes são influenciados – e até estimulados, vide o caso tricolor – por conta do destempero e do desequilíbrio de quem tem o poder da informação às mãos. “Cidadão Kane”, de Orson Welles, é um exemplo emblemático desta questão. Uma lista de filmes inteira.

No resto, Márvio foi bem acima dos jornalistas rubro-negros que participam de debates sobre o Flu.

Mas isso tudo fica de lado quando o momento é de viver a vida com bom humor, sem rancores e muita festa.

Por isso mesmo, o PANORAMA presta uma sincera homenagem ao jornalista Márvio, relembrando sua carreira musical já consagrada em bandas do cenário alternativo carioca como Glamourama e Cabaret.

A excelente performance artística não deixa dúvidas: de piada, ele entende. Os tricolores têm que reconhecer isso.

E também de coisa séria: saca de Nick Cave e Brian Ferry.

Redação

Panorama Tricolor