Era a crônica de uma morte anunciada, dada a quantidade de coisas erradas praticadas pelo departamento de futebol e a extrema falta de sorte que esse tenebroso 2013 nos impôs.

A dor é grande, um sentimento de perda para muitos, mas, não há o que lamentar. O fato já está consumado.

Um pontinho que tivéssemos feito em jogos que perdemos ou dois em que empatamos e estaríamos fora. Se parar pra pensar virão coisas como o tipo: derrota no final pro Corinthians, derrota no final pro Flamengo, empate tomado no final contra o Atlético-PR, empate contra a também rebaixada Ponte Preta e por aí vai.

Mas não cabe mais.

Não vai trazer de volta a Série A.

O que cabe é analisar os erros e corrigi-los.

Digo e repito! Pra mim, futebol forte envolve os seguintes itens:

• Elenco forte;
• Treinador bom;
• Boa preparação física;
• Bom departamento médico;
• Agir nos bastidores para evitar sacanagens.

Elenco forte é o principal. Todo o resto é secundário. Sem elenco pode ter a melhor estrutura, os melhores campos pra treinar que não adianta. Em compensação, só com elenco forte, podemos encontrar dificuldades: excesso de lesões, técnicos fazendo burradas, falta de treinos e etc. Então, tem que se encontrar um meio de resolver esta equação. É muito difícil e sem dinheiro, esquece.

O departamento de futebol do clube foi profissionalizado. Achei que tivéssemos achado a norma, afinal, acabáramos de conquistar dois títulos nacionais em três anos. Mas, ledo engano. Foi profissionalizado, mas não ficou de posse do clube.

Vou tentar apontar os grandes erros que levaram ao rebaixamento:

• Não ter percebido as deficiências no elenco campeão brasileiro de 2012. Mesmo com o título, tinha falhas. A zaga era o setor mais claro. Além disso, o elenco envelhecera;

• Perda dos principais jogadores da conquista sem reposições à altura: Nem, Thiago Neves, Deco e Fred;

• Abel e sua política de fechar o grupo. Grupo fechado, ninguém entra, ninguém sai;

• Demissão do Abel;

• Vinda do Luxemburgo;

• A velha mania de Celso Barros querer impor contratações. Luxemburgo e Felipe, por exemplo;

• A falta de compromisso de alguns jogadores em alguns jogos, seja por insatisfação com dinheiro ou pra sacanear treinador;

• Passividade do departamento de futebol que assistiu isso tudo de camarote sem ter atuado para atacar os problemas;

• Passividade do Peter em cobrar metas e resultados do departamento de futebol, só ao final atuando diretamente para tentar resolver os problemas;

• Muitas lesões e a demora na recuperação de jogadores;

• A oposição na Unimed, que acuou Celso Barros e o fez ter que recuperar o dinheiro;

• A nefasta penhora do dinheiro das vendas de Thiago Neves e Nem, o que deixou o clube à mingua.

Muita coisa ao mesmo tempo. Por aí, explica-se o desastre.

Mas, como eu falei, não há tempo para choradeira.

Peter, terça-feira, irá dar uma coletiva colocando os erros e apontando as mudanças no departamento de futebol do clube. Assim espero.

Acho que a principal mudança será um departamento profissionalizado pelo Fluminense e não mais pela Unimed. Não posso afirmar, mas acho que será por aí. Contratações baseadas em critérios técnicos e não no desejo do patrocinador por interesses pessoais ou econômicos.

A Unimed tem que ser parceira e não uma predadora.

Quer trazer o Tite? Ótimo. Atende a critérios técnicos.

Quer trazer Diego, Robinho, Luxa ou Felipe? Esquece!

Não há mais tempo para erros.

A diretoria tem que fazer com que 2014 ocorra a mudança definitiva no departamento de futebol e que passemos de passagem pela Série B. Sem sustos! Ainda dá para beliscar o Carioca, Copa do Brasil ou Sul-Americana.

Tricolores: é triste, doloroso! Mas, num campeonato onde vinte por cento dos clubes que disputam caem (para atender a interesses da televisão) ano sim, ano não, terá time grande caindo. Basta olhar a história recente. Este ano caíram dois.

Em termos de cota de TV e etc, não muda nada. Só muda se não subir. Há possibilidade de estádios mais cheios por conta de Norte e Nordeste. É uma porcaria, mas há de se fazer do desastre uma oportunidade.

Apesar de tudo, agradeço a Sóbis, Cavalieri, Biro-Biro e Rafinha. Foram guerreiros pra caralho! Não vi corpo mole desses. Lutaram.

Não ou defenestrar Gum e Leandro Eusébio. São bicampeões nacionais. Mas muito obrigado e adeus.

Dorival fez o que pôde. Muito mais que Abel este ano e, principalmente, que a invenção de Celso Barros, Vanderlei Luxemburgo.

Espero que possamos contar com Fred, Sóbis, Cavalieri e Jean.

Ergamos a cabeça! O Fluminense é um gigante!

Caiu, mas levantará! É só fazermos o dever de casa, direitinho.

A mídia e o staff do futebol brasileiro estão felizes: o Cristo do futebol brasileiro foi crucificado!

Agora, a ressurreição!

Panorama Tricolor

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