1
Não faltou luta no campo e muito menos nas arquibancadas sábado passado: nossa torcida vibrou como nunca e fez a sua parte.
O time do Fluminense lutou como pôde, tanto fisicamente quanto na superação de suas inúmeras deficiências – que Dorival e nenhum outro treinador resolveria em cinco jogos.
Fez um de seus melhores jogos, agrediu o campeão da América, mas recuou demais, trocou mal as peças e cedeu o empate – esperado – no apagar das luzes. Poderia ter liquidado a fatura quando estava 2 x 1, mas falhou. Em horas capitais, a falha tem preço infinito. Bem que o céu do Maracanã havia dado seu recado em tom cinza antes da partida.
Horas depois, jantei no Lamas com os amigos Mauricio Lima e Daomanda. A entrada do tradicional café era uma desolação de Hiroshima. Dentro também. Ser apaixonado pelo Fluminense não significa abdicar da lucidez, ao contrário do que alguns professores da idiotice querem fazer crer. Mais do que orgulho estar com os dois amigos à mesa num dos momentos mais difíceis destes 35 anos em que orgulhosamente frequento as arquibancadas do meu time, fazendo a minha literatura sem me esgueirar por corredores sombrios da empáfia despida de qualidade. Orgulho de saber que o Maurício será nosso escudo domingo que vem na Bahia. O mundo contra nós e ele por lá fazendo o nosso papel. Orgulho de Daomanda, que atravessa 1.200 quilômetros para ver o Fluminense e apoiá-lo nas piores horas, ao contrário de um ou outro abonado que não cumpre seu dever clubístico porque está chovendo, o Metrô está cheio ou o estacionamento é caro.
O Tricolor está à beira da segunda divisão, mas não da morte. Eu errei na coluna passada. Não vamos morrer, aconteça o que acontecer.
Quem tem uma torcida esplêndida como a que ocupou o Maracanã sábado jamais fenecerá.
Quem tem Maurício e Daomanda nas arquibancadas está condenado à eternidade.
2
Caso venha o descenso – e tudo leva a crer que sim, dando razão a mentes objetivas que nada têm a ver com os idiotas da objetividade -, não foi o processo de um jogo, mas uma maratona de quase quarenta partidas.
Basta falar de derrotas para Botafogo, Portuguesa, Coritiba e Corinthians nos instantes finais. Ou a incrível virada do Vitória. O empate contra a Ponte Preta em casa. Foram muitos erros, mas podiam ter sido minorados.
Erramos todos. Eu errei. Você. Todos. Seja pelas avaliações, seja na gestão do futebol saraivada pelo patronato, o comportamento discutível de alguns jogadores, a perda de peças com nenhuma reposição, a demora de atitudes, a tomada de outras atitudes.
E, por mais que se diga tudo o que é importante, o principal erro foi dentro de campo, onde resultados minimamente condizentes em algumas partidas não foram alcançados, levando todos nós à UTI matemática.
Só os idiotas nunca erraram.
Só os mais apoteóticos imbecis jamais erraram, provavelmente porque não constroem nada de útil ou razoavelmente bom – a chama da mediocridade só lhes reserva o papel de críticos ácidos, incapazes de fazer qualquer coisa melhor do que seus detratados. Sem o papel de críticos, são fulminantes zeros na ponta-esquerda.
Não quero aqui falar de arroubos – muitos! – do querido Abel, mesmo a curta e conturbada era Luxemburgo, a perda de jogadores sem a devida reposição. Foram decisões de quem paga, algo que o Fluminense não deveria sofrer, mas aconteceram por causa da conta dos anos de desgoverno em Laranjeiras, devidamente sepultados na última eleição – e que jamais voltarão no processo de reconstrução do clube, mais a participação dos novos sócios, onde o Flu terá um grande parceiro mas não um proprietário.
O arsenal de erros foi grande demais para ser resumido numa coluna ou num texto. Mas caçar bruxas é papel reservado aos descontrolados.
Quero pensar no futuro. O presente é o caos.
Somente os covardes podem praticar atos de oportunismo neste momento. Reitero: somente os covardes. Homens de verdade primam pela reflexão e por atos justos, sem faniquitos provenientes de personalidade desconexa.
3
Caso venha o descenso – e tudo leva a crer que sim -, não foi o processo de um jogo, mas uma maratona de quase quarenta partidas. Basta falar de derrotas para Botafogo, Portuguesa, Coritiba e Corinthians nos instantes finais. Ou a incrível virada do Vitória. O empate contra a Ponte Preta em casa. Foram muitos erros, mas podiam ter sido minorados.
Então chegamos ao pior cenário, para alegria de boquirrotos e parlapatões.
O Fluminense está ferido gravemente. No próximo domingo, um carioca será certamente rebaixado à série B, talvez os dois.
Difícil entender a felicidade de quem vibra mais com a vitória de suas teses pessoais do que se entristeça com este momento de luto. Talvez o lado mais sombrio da personalidade humana.
4
Haja o que houver, o Fluminense não vai pagar série B alguma, como se reza na cartilha dos imbecis. Todos sabemos quem paga por manchetes, salvações e títulos com as devidas papeletas amarelas.
O que poderá fazer no máximo é disputar a segunda divisão, respondendo pelos erros de 2013 e lutando para voltar ao seu lugar em 2015.
E, como sempre, lutar contra a ditadura da imprensa esportiva brasileira – que tentará fazer deste péssimo momento a nova maior chacota do futebol brasileiro, devidamente rechaçada pelas mídias alternativas tricolores e por todos aqueles que querem o bem do FLUMINENSE de verdade, sem usar o clube e o time como meio de promoção pessoal e de alívio dos próprios fracassos.
Quando o Fluminense foi ridicularizado por todo o Brasil ao fim de 1998, a hipocrisia foi oceânica: caiu para a terceira divisão com apenas três derrotas em dez jogos, algo completamente sem par em campeonatos profissionais de futebol no Ocidente. Seis times caindo, 25% dos participantes.
Se hoje existe uma segunda divisão estruturada, o Tricolor forçou sua criação, que hoje permite uma tarefa bem menos árdua aos grandes clubes que caem para a segunda divisão – que o digam Botafogo, Palmeiras, Grêmio, Atlético Mineiro, Vasco e Corinthians no século XXI.
Caso suceda o pior, será sim um momento de dor, mas de reconstrução e revisão de conceitos – nenhum deles alinhados com a gatunagem política que rondou o clube recentemente, com a devida derrota. E o time voltará, pois esta é sua sina.
Nenhuma segunda divisão tirará do Fluminense a condição de artífice maior do futebol brasileiro, nem a de maior algoz do time mais-querido da imprensa, nem de arquiteto avant-garde de inúmeras causas do nosso esporte, informações relevantes que os tricolores dispõem sem a necessidade de nenhum professor Pardal e sua falácia oca por perto.
Nenhuma segunda divisão matará os nomes de Marcos Carneiro de Mendonça, Preguinho, Telê, Castilho, a Máquina, Edinho, Assis, Romerito, Renato, o tetracampeonato brasileiro.
Mas tudo isso é apenas uma serena preparação para o pior que pode estar por vir em cores vívidas, mas turvas.
Será uma semana de dores e um cenário de domingo muito parecido com o fim de 1996.
Ainda estão rolando os dados. Entre o quase impossível e o impossível, há uma réstia de sol.
Como sabiamente disse o poeta – não o professor idiota -, o tempo não para.
No entanto, venha o que vier, seremos mais tricolores do que nunca.
No clube, nas arquibancadas, na internet, na literatura de verdade, nos primeiros passos sólidos da FluPress, na construção de um novo cenário tricolor com um clube cada vez mais saneado, uma torcida cada vez mais participativa nos jogos e em Álvaro Chaves. A união de todos os tricolores de bem, dispensando peitos-de-pombo com reis na enorme barriga e um vazio retumbante no cérebro. Cada vez mais fiéis.
Nenhuma segunda divisão há de tragar o Fluminense. Nenhuma.
Nem a mortífera terceira conseguiu.
Panorama Tricolor.
@PanoramaTri @pauloandel
Imagem: PRA
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Parabéns, pelo texto Andel.
O Maurício, eu não conheço pessoalmente, mas eu o vi em uma
matéria no globo esporte, no dia seguinte a vitória em Barueri,
contra o parmera. Figuraça! rsrs
ST
Andel, obrigado cara. Estou emocionado e tentando decorar algumas dessas belas frases para argumentar com alguns idiotas que me cercam.
Caro Andel,
Sempre admirei sua inabalável fé e esperança de que as coisas irão dar certo. Muitas vezes busquei ânimo em seus posts. Mas, hoje, sinto seu coração dilacerado, sendo tomado por um desânimo imenso e que não nos acostumamos a ver.
Tudo fruto de um time incompetente, acomodado ao longo de quase todo o campeonato.
Lembrando de nossos rebaixamentos, me vem à cabeça: todas as vezes que chegamos à última rodada precisando de resultados alheios… fomos rebaixados.
É triste.
Caso venha a ser rebaixado, lhe pergunto: como acreditar que em 2014 será diferente, visto que os mesmos incompetentes e omissos que nos rebaixaram continuarão no poder?? Será que teremos um time para voltar a elite em 2015? Por incrível que pareça, tenho mais fé na nossa permanência na série A do que em uma reconstrução competente em 2014 em caso de queda. Não acredito mais em Celso Barros, Peter Siemsem, Rodrigo Caetano, Jackson Vasconcellos e outros mais. Domingo é dia de todos os Santos. ST.
A galera de idade entre 20 a 30 anos sofreram pacas nos anos 90. Entretanto foi na fornalha dos escárnios que foi moldada a torcida que temos hoje. Se compararmos o comportamento da torcida em 96 e hoje vemos que nós também nos reinventemos. Caso seja rebaixado, pode escrever, ganharemos a série B/2014 e o Bi da Copa do Brasil/2014, ganharemos a Libertadores e o mundial em 2015. Além de que, caso o Flu seja rebaixado, seremos o único time no Brasil campeão de todas as divisões.
Muito bom os seus comentáriso abrangendo todas as nuances desse horrivel ano de 2013 na parte esportiva e na reestruturação do nosso Fluminense.
Mas 2013 vai acabar o Fluminense é eterno. Mesmo que tenha um pit stop na segunda voltaremos aos píncaros da glória como uma Fênix que renasceu das cinzas.
st
Perfeito!
SSTT4!!!!
O campeonato ainda não acabou… É difícil… É impossível… Mas o campeonato ainda não acabou… O Fluminense tem uma característica que nenhum time do planeta possui: o poder de se reinventar.
Descemos a masmorra da terceira divisão subimos para dois títulos brasileiros, um título de copa do brasil e duas finais de competição sul-americana épicas.
continua…
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“Haja o que houver, o Fluminense não vai pagar série B alguma, como se reza na cartilha dos imbecis. Todos sabemos quem paga por manchetes, salvações e títulos com as devidas papeletas amarelas.
O que poderá fazer no máximo é disputar a segunda divisão, respondendo pelos erros de 2013 e lutando para voltar ao seu lugar em 2015.”
“Ainda estão rolando os dados. Entre o quase impossível e o impossível, há uma réstia de sol.
Como sabiamente disse o poeta – não o professor idiota -, o tempo não para.
No entanto, venha o que vier, seremos mais tricolores do que nunca.”