Análise & torcida (por Walace Cestari)

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Nada pior que fazer análises. É o convite à crítica dos apaixonados, é sujeitar-se aos impropérios e aos olhares desconfiados. Pessimista! Falso tricolor! Triste tarefa de propor-se a enxergar os fatos sob uma ótica mais racional. A última rodada demonstrou exatamente isso: apesar das críticas ao meu pessimismo quanto à tabela tricolor e à frouxidão com que via os jogos dos adversários, os jogos mostraram que, infelizmente, eu tinha razão.

O Vasco venceu o relaxado Cruzeiro no Maracanã, o Criciúma arrancou um empate com o superior Vitória no Hulse, o Bahia trouxe a Portuguesa para a briga ao derrotá-la na Fonte Nova e o único resultado surpreendente (e negativo): o Coxa conseguiu trazer um ponto do Rio Grande contra o Inter. Como previsto, o Santos não foi um time apático e dominou o Flu por completo, vencendo com merecimento a partida.

Agora estamos no limite do Z4, empatados em 42 pontos com o Coritiba, um apenas à frente do Vasco e a três do Bahia, dois da Portuguesa e um do Criciúma. Muita gente na briga, mas o cenário continua complicado: não tínhamos nem temos a tabela mais fácil, pelo contrário. O jogo contra o Galo ganhou dramaticidade pelo incentivo do presidente do Atlético e pela mobilização da torcida mineira por conta da rixa que se estende desde o ano passado.

O Flu depende de si para se livrar de um inacreditável rebaixamento, mas os erros andam renitentes nas Laranjeiras. A partida contra o alvinegro de Belo Horizonte é a chave para nossa permanência. Não há outro resultado senão a vitória para nos redimir. O empate provavelmente nos deixará na zona fatal na última rodada, em Salvador, buscando salvação e dependendo de outros resultados para escapar. Não há de pensar-se nessa possibilidade. É a UTI da série A. Cuidemos para sábado evitarmos já o pior.

A 37ª rodada para nós aponta para o Vasco conseguindo superar o Náutico no Maracanã por motivos mais que óbvios. Meu lado torcedor quer uma zebra improvável: a quebra de onze derrotas em sequência, fora de casa, contra um adversário motivado. O Criciúma, em casa, joga contra o que restou do São Paulo após a eliminação para a Ponte Preta. Cabe a dúvida: será um time mordido, querendo provar que o resultado da Sulamericana foi um acaso ou será um time destruído psicologicamente pelo infortúnio?

A Lusa pega a Ponte Preta em mais um jogo de pura dúvida: serão os reservas da Ponte? Será a Ponte que acredita ainda em um milagre? Poupando-se para a final da Sulamericana, a Portuguesa é favorita; do contrário, é jogo duro no Moisés Lucarelli. O Bahia vai ao Mineirão pegar o campeão. Diferentemente da rodada anterior, a polêmica envolvendo o Cruzeiro deve levar o time a empenhar-se na conquista. Ainda mais por ser o jogo festivo da comemoração do título junto à torcida. O tricolor baiano deve pagar o pato da língua de Julio Baptista.

Coxa e Botafogo fazem um duelo bastante complicado no Couto Pereira. O fator casa ajuda o Coxa, mas o time do Botafogo é melhor. Ambos brigam por algo no campeonato e vêm em trajetórias descendentes. Não é difícil arriscar um empate neste jogo. Assim, minha previsão é de que ao fim da rodada a Portuguesa tenha 47 pontos, o Bahia 45, o Criciúma e o Vasco 44 e o Coritiba 43.  Assim, até mesmo o empate com o Galo seria fatídico. Vencer significa ter os mesmos 45 do Bahia e o horizonte de um jogo em que um empate pode salvar os dois, dependendo do resultado dos outros jogos.

Um final de campeonato que coroa os erros ao longo do ano. Estamos vivendo um difícil calvário que não era necessário. Mas agora, antes de apontar os culpados e fazer a limpa para 2014 é fundamental vencer. Guerreiros, ao estádio. Guerreiros, é hora de lutar pela vida. É hora de provar que o Fluminense destrói as análises e faz dos cronistas apenas torcedores. Vamos com tudo. É agora ou nunca.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: uol.com.br

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fiel 38 anos festa

1 Comments

  1. Sobre a zebra improvável, sonho com isso desde a derrota para o Santos. Vencemos no sábado, o Coxa perde e o Vasco empata. Estaríamos livres da batalha de pituaçu. Utópico, mas não custa nada sonhar.

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