Lá vem o Dorival (por Paulo-Roberto Andel)

dorival jr

UM

Acabou a era Vanderlei Luxemburgo. Não deu certo – embora parecesse até que ia dar liga no começo – e, como sempre acontece no futebol, mexer no treinador é o passo mais rápido e prático para tentar superar uma crise, caso de agora. Cenário natural num futebol confuso – Vanderlei substituiu Abel, que dois anos antes veio como “um treinador para dez anos”. Os homens à beira do campo rodam, passam por todo lugar, um ir e vir enorme. No caso tricolor, a interveniência constante da patrocinadora é mais um fator.

Dorival Júnior é o nome da vez, para o matar ou morrer de cinco jogos. Bom treinador, dos melhores de sua geração, acertou e errou como todos os outros. Ultimamente deu algumas cabeçadas, mas foi disparadamente o melhor dos nomes da lista tricolor. Não se pode levar em conta suas recentes passagens pelo futebol carioca: os times que treinou tinham indigência técnica. E ressalte-se sua coragem: chega em meio ao olho do furacão.

Não há como esperar nada além de uma sacudida no time. Nenhum treinador conseguiria forjar seu trabalho em apenas cinco jogos. Trata-se de UTI: garantir a sobrevivência do paciente e depois entender o que vai dar. Se o passado conta – e conta mesmo! -, Dorival já salvou o Atlético Mineiro do rebaixamento em 2010 – curiosamente também substituindo o mesmo Vanderlei depois de uma goleada tricolor, 5 x 1 no Engenhão. Esperança é o que há. Aterrisar o desgovernado avião do Fluminense sem vítimas fatais, depois passar uma borracha em 2013 e ter um ano de 2014 com mais ação e menos ingerências. Peter vai acertar as coisas.

Dos nomes para o cargo de treinador, o mais razoável – embora minha opinião fosse a de que neste momento o ideal teria sido alguém da casa. Piadas exóticas e sem-graça como Caio Jr. e Celso Roth foram felizmente descartadas até o fechamento desta edição.

Boas novas: as ausências de Bruno e Anderson soam como verdadeiros reforços. Mais: Fred, súbita e incrivelmente recuperado do edema que impedia sua volta, pode aparecer no banco para a partida decisiva contra o Náutico.

Já não se trata de tática ou técnica: é coração, uma linda camisa em campo e os guerreiros das arquibancadas cantando como nunca. Vencer o alvirrubro pernambucano por 1 x 0 é um título. Cinco jogos, cinco finais e uma luta contra o pior.

Superaremos.

DOIS

Atenção: se você, caro (a) leitor (a), acredita que o Fluminense ainda tem chances de se salvar no campeonato brasileiro de 2013, fique dispensado de seguir nas próximas linhas. Vá ouvir sua música, ler um bom livro, beijar sua linda garota, não perca tempo.

Por um motivo simples: como a torcida pode contar com você mesmo, desnecessário falar qualquer coisa. Todos nós, admiráveis maníacos te esperamos nesta quinta-feira no Maracanã, no bar, na tela da televisão, no computador, rádio de pilha, qualquer lugar onde for possível expressar os teus apoios e fé neste momento tão difícil para quase todos nós. Você é da casa. Abaixo, só para tricolores descrentes e desiludidos.

Agora, agorinha, nobre leitor (a), se o teu caso é achar que tudo está perdido e não tem a menor chance deste quadro ser revertido, fico a pensar no que fazer para reverter o teu ânimo destroçado.

Talvez recordar o que vem pela próxima rodada. Com Dorival.

Falar que não é tão simples assim o Vasco, nosso adversário direto na luta contra o Z4, ganhar do Grêmio na Arena gaúcha adianta? Afinal, é o suspiro dos gaúchos, ainda na luta pela vaga na Libertadores.  No mesmo horário, 19.30 de quarta-feira, a Ponte Preta encara o Goiás depois de ter perdido em casa por 3 x 0 para o Vitória.

O Bahia encara o Santos na Vila Belmiro.

O Criciúma joga em casa, mas tem uma carne-de-pescoço imensa: o Atlético Paranaense, que precisa da vitória – o título é inviável, mas a vaga na Libertadores é também uma realidade em duas trilhas, pois o Furacão decide a Copa do Brasil contra o maior das galáxias. Para o Atlético, melhor garantir a ida à maior competição do continente em cinco jogos do que apenas dois. Cenário bem diferente da maior vergonha do futebol brasileiro, a entrega do jogo em 1996.

A Portuguesa enfrenta o (sempre) desesperado Botafogo no Maracanã, o alvinegro precisando com toda a força da vitória para sonhar com La Libertadores também.

Não é irracional dizer que, se fizermos o que não temos feito há mais de um mês – a nossa parte -, o Fluminense tem boas chances de deixar o incômodo Z4. Enfrenta o rebaixado Náutico, 17 pontos, 20 gols pró e 68 contra, saldo de – 48 – o nosso é de – 7.

Nosso drama reside em fazer gols, o que custou muito caro nos jogos contra Flamengo e Corinthians, quando perdemos as partidas no apagar das luzes em jogadas infantis. Apenas 35 gols a favor, mas marcamos mais do que Corinthians (12º lugar, 26 gols) e empatamos neste quesito com o São Paulo (8º lugar)

Quanto a tomar gols (42), terrível, mas é bom que se diga: o Fluminense sofreu neste campeonato menos gols do que o Vitória (45), que está em 6º lugar, e o Internacional (47), 10º lugar.

Da 12ª posição para baixo, ninguém tem mais do que 10 vitórias. O Fluminense tem 9 triunfos. Fácil perceber que a partida contra o Náutico é uma decisão por completo. Não se pode errar.

Cinco derrotas seguidas com Abel, nove jogos sem vencer com Luxemburgo: o preço da atual – e pavorosa – posição na tabela. Agora é com Dorival.

Tudo ficou muito difícil, nada está perdido.

É hora de acabar com o incômodo e lesivo jejum de vitórias. Com todo respeito ao alvirrubro pernambucano, quem não vencê-lo tem que dizer adeus ao campeonato.

E, por acreditar que esse adeus não será encenado pelo Fluminense, é que resido minha confiança em que, com uma vitória na próxima quinta-feira, mais os resultados paralelos bem razoáveis de acontecer, sairemos do atoleiro definitivo.

Marcar 1 x 0 contra o Náutico vale um título.

Depois tem o São Paulo. Mas aí é outro jogo, outra história.

O que não muda de jeito nenhum é a necessidade do apoio da torcida tricolor para evitar o pior. Dirigentes, jogadores e treinadores passam com enorme velocidade. A conta de um rebaixamento é integralmente paga pela torcida.

E aí?

Vale a pena desistir agora? Já caiu?

Claro que não.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

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1995 PEQUENO
DR PEQUENO

3 Comments

  1. Bom dia,

    Essa melhora repentina do Fred é suspeita e ruim. Se escondeu? Não gosta do treinador, não joga e nos deixa à mercê do Z4? Tomara que faça gol nas 5 vitórias finais deste campeonato.

    Independente disso, todos ao maraca! É o Flu! Que amamos e por quem lutaremos.

    So não acho que Peter mudará muito em 2014… infelizmente! !!

  2. Paulo,
    Com a mudança meu animo renovou. Tardiamente a troca, mas como diz o ditado: antes tarde do que nunca! Agora é ter fé e o grito em dia para apoiar incondicionalmente nosso time em mais essa jornada

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