Até o fim (por Marcelo Vivone)

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O resultado contra o Cruzeiro foi normal e até previsível. Na verdade, eu temia por algo bem pior em termos de números finais. O 1×0 ficou de bom tamanho.

O jogo começou igual, com as duas equipes abusando de erros de passes, o que não é uma novidade para esse time do Fluminense. Surpresa foi ver o líder disparado do campeonato se igualar por baixo ao nível do nosso time nesse período inicial.

Mas logo o time do Cruzeiro adiantou as suas linhas e ganhou o meio de campo. E foi assim até marcar o seu gol, momento em que baixou o seu ritmo de jogo e, a partir daí, correu sérios riscos de não sair com os três pontos de campo.

Tivesse Samuel um pouco mais de qualidade e acho até que humildade, voltaríamos de Belo Horizonte com pelo menos um ponto. Isso porque, se fizermos uma análise das chances de gol dos times, veremos que o Cruzeiro teve apenas duas; a do gol e outra em que o nosso lamentável camisa 5 tabelou com o ataque do adversário, que se viu, como de presente, na cara do nosso goleiro.

Por outro lado, o Fluminense teve duas chances claras de marcar com Samuel, que em ambas as oportunidades fez o que seria o mais difícil, ou seja, desperdiçá-las. E ainda, novamente com Samuel, houve outra chance clara de gol. Dessa vez, a “culpa” da bola não ter entrado foi do goleiro adversário, que defendeu uma linda cabeçada do nosso centroavante.

Hoje creio que não haja torcedor que não enxergue que somos um time com gravíssimos defeitos, em todas as suas linhas. Nossa defesa beira uma tragicomédia, o meio de campo é lento e erra passes a granel e o ataque tem aproveitamento muito baixo para as raras oportunidades que aparecem.

Portanto, o torcedor pode estar chateado por mais uma vez ter tido a sensação de que o resultado poderia ter sido melhor, ou estar revoltado com a reincidente má vontade do soprador de apitos com o Fluminense etc., mas a derrota para o líder do campeonato em seus domínios era mais do que esperada.

Queiram ou não os mais otimistas, nosso campeonato começa amanhã. É a partir do jogo contra a Ponte que teremos a noção do que esperar desse final de ano: pouco ou muito sofrimento. É condição obrigatória a conquista dos três pontos amanhã. Qualquer resultado diferente desse nos colocará em posição ainda mais delicada. Em caso de fracasso, muito provavelmente acabaremos a rodada entre os quatro últimos colocados.

E para conquistar a vitória amanhã e bons resultados até o final do campeonato, creio que algumas coisas precisem ser revistas.

Começo pelo treinador. Vanderlei precisa portar-se como mais tranquilidade à beira do gramado. Não adianta tentar mascarar a incompetência dos seus atletas berrando e gesticulando, em todas as partidas, contra quem quer que esteja apitando. É verdade que, “para variar”, o Fluminense não tem contado com a boa vontade dos árbitros. Mas, aí eu pergunto? Em que tem nos beneficiado a postura que Luxemburgo tem adotado em campo? De nada. Muito pelo contrário. O que tenho visto é que a sua briga com os juízes tem contaminado nossos jogadores, que têm sido punidos com uma enxurrada de cartões amarelos e vermelhos. Ou seja, essa atitude do nosso treinador só tem nos prejudicado, e muito.

Outra ação que creio que já deveria ter sido tomada, antes que o caldo entorne de vez, é a radicalização maior na troca de jogadores do time titular. Não dá mais para acreditar que um time que tem como titulares (alguns absolutos) LE, Gum, Câncer, Bruno, Rhayner, Samuel, Diguinho e outros, vai conseguir nos tirar do buraco que cada vez mais se aproxima. Há algumas rodadas defendo uma mudança radical, como a promovida por Cuca em 2009.

A geração de Xerém de hoje, embora supervalorizada por alguns torcedores, é bem melhor que a de 2009. Evidentemente, não é o ideal colocar os garotos num momento como esses, mas se foi cometido o erro de não tê-los dado bagagem no início do ano, no campeonato carioca, quando o técnico ainda era o Abel, é preciso lançá-los na fogueira agora. A entrada deles é pelo menos uma aposta, o que já é melhor do que a certeza de fracasso que existe com os jogadores atuais em campo.

Enfim, amanhã começa o nosso campeonato e, independente de quem estiver em campo, o torcedor tem que apoiar, do início ao fim. Vaias nesse momento não são justificadas e muito menos inteligentes. Elas devem ser guardadas para o final do jogo, em caso de um fracasso. A partir de agora, está em jogo muito mais do que três pontos ou até a permanência na 1ª divisão. Todos (comissão técnica, jogadores e torcedores) precisam ter consciência de que a continuidade do resgate da instituição Fluminense pode estar sendo decidida nessas últimas nove rodadas do Campeonato Brasileiro de 2013. E a união entre todos pode ser o diferencial para o sucesso dessa empreitada.

Panorama Tricolor

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