“Não há palavras pra explicar o que eu sinto”. É como escreveu nosso poeta Renato Russo, na letra de Música Ambiente, no último CD da Legião, A Tempestade, que me sinto depois de tantos fracassos e decepções, apenas nove meses após termos sido tetracampeões brasileiros.
Como pode estar tudo tão errado com o time em tão curto espaço de tempo? Como o planejamento para a temporada de 2013 pode ter sido tão mal feito? O Sr. Rodrigo Caetano deveria conceder entrevista para explicar quais foram suas intenções no início do ano. Interessante é que até março ou abril ele e Abel ainda insistiam no mesmo erro de considerar o planejamento como excelente. Depois disso, nenhuma declaração mais foi dada a esse respeito. Sinceramente, eu teria vergonha de ser o responsável pelo quadro atual.
Aliás, teria vergonha sendo o responsável e, nesse momento, tenho o mesmo sentimento, sendo apenas um torcedor. Vergonha de presenciar atuações pífias e ridículas do time em grande parte das partidas, desde janeiro.
O grande legado que o Abel deixou no ano de 2013 foi a total falta de padrão de jogo. Por isso, e pela insistência em escalar jogadores sem condições mínimas de estar em campo, em detrimento dos garotos de Xerém, Vanderlei tem hoje na mão um bando de jogadores e está tendo que lançar os meninos na fogueira. Utilizei a palavra bando porque a reunião de onze jogadores que o Fluminense apresenta em cada partida não dá para ser considerada como time.
Mas, deixando o lamentável passado recente para trás, é preciso pensar no que fazer para salvar o resto do ano. Leia-se salvar o resto do ano, como alcançar os 46 pontos. Não há mínimas condições de, nesse momento, se pensar em algo diferente disso. Considero um acerto muito grande do Vanderlei a mudança de discurso logo após o jogo contra o Goiás. Nosso técnico declarou que a prioridade é garantir a permanência do clube na 1ª divisão.
Isso porque, durante todo o ano, através da postura dos jogadores dentro do campo e de suas declarações à imprensa, percebe-se facilmente a autossuficiência que o grupo pensa possuir. A clara sensação que se passa é de que o pensamento é de que o time é muito bom e quando quiser passa a ganhar os jogos. E esse pensamento é até natural, visto que muitos ali, em três anos, foram bicampeões brasileiros e campeões cariocas.
Por isso, acho fundamental, o primeiro passo ou a pedra fundamental, que se tire esse pensamento da cabeça dos jogadores. O grupo está muito enfraquecido depois das vendas e das inúmeras contusões. É preciso que o espírito de 2009 volte aos gramados de Laranjeiras. Como muito bem escreveram ontem Marcus Vinicius e Rodrigo, quando a saída do capo do Diguinho é sentida e lamentada, tem alguma coisa muito errada.
Um segundo passo que precisa ser dado pelo Vanderlei é formar um time base. Não dá para esperar que, tendo nas mãos um grupo esfacelado e já há algum tempo sem confiança, as constantes experiências que o técnico tem feito a cada jogo, deem resultado. As duas últimas partidas mostram que Vanderlei não sabe ainda quais são os onze titulares e nem em que esquema jogar. A única coisa que vejo estar definida em sua cabeça é a utilização de três zagueiros (que no caso dos nossos, juntando os três não dá um).
Enfim, meu único desejo nesse momento é poder dizer às 18 horas do dia 08 de dezembro que 2013 foi um ano para ser esquecido. Para isso, começo desde hoje a repetir, diariamente e por 46 vezes repetidas, o mantra: 46 pontos; 46 pontos; 46 pontos; 46 pontos; 46 pontos; 46 pontos; 46 pontos; 46 pontos; 46 pontos; 46 pontos; 46 pontos; 46 pontos; 46 pontos; 46 pontos; 46 pontos…
Panorama Tricolor
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Não vejo a menor condição de chegar nestes 46 pontos. Teríamos que ter mais 9 vitórias e um empate. Isto em 22 jogos. Com este bando, acho que só conseguimos ganhar do náutico, portuguesa, criciúma, santos e o freguês cruzeiro. E a duras penas …
Marcelo Vivone,
Mano, do jeito que estamos jogando, tá difícil mesmo. Mas temos que acreditar que o Vanderlei vai dar algum jeito para terminarmos o ano sem susto. E vamos ao mantra: 46 pontos…
Beijo.