O meu Fluminense (por Rods)

Meu primeiro título: Paulo Goulart - Edevaldo - Tadeu - Delei - Edinho e Rubens Galaxe. Agachados: Robertinho - Cláudio Adão - Mário - Gilberto e Zezé
Meu primeiro título: Paulo Goulart, Edevaldo, Tadeu, Delei, Edinho e Rubens Galaxe. Robertinho, Cláudio Adão, Mário, Gilberto e Zezé

Amanhã, dia 21 de julho, o Fluminense completa 111 anos de existência. Dá até pra brincar com o número 1 de cada cor: um para o verde, um para o branco e um para o grená. Os numerólogos poderiam até dizer que 1 + 1 + 1 = 3. Três, tricolor, este é o ano do Fluminense! Bem, quem sabe, não é? Ainda dá tempo de salvar o ano. Mas não é disso que vim falar. Eu gostaria de falar sobre o meu Fluminense. O Fluminense que tem ainda 35 anos.

Antes de me chamar de louco, me deixe explicar. Eu nasci em 1978, logo o Fluminense que eu vi, ouvi ou ao menos coexisti tem os mesmos 35 anos que eu. Sim, meu pai que nos apresentou. Porém, foi o próprio Flu que me conquistou. Meu primeiro título, salvo engano, é o carioca de 80. E por causa disso, preciso realmente abrir parênteses para as coincidências com o momento atual.

Levamos o carioca de 80 em cima do Vasco, contra quem jogamos amanhã. Foi nessa final que a torcida tricolor adotou o canto “À benção João de Deus”, devido à oportuna visita de João Paulo II ao Brasil. Agora, na semana que vem, chega o Papa Francisco… Enfim, apenas coincidências. Ou não.

Mas voltando ao meu Flu, posso dizer que conscientemente presenciei, mesmo que ao longe, o tricampeonato de 83-84-85 e o Brasileiro de 1984. Engraçado dizer, mas a minha lembrança mais nítida daquela época é a visão de um vizinho vascaíno aos prantos após o segundo jogo da final (conta como coincidência também?).

Depois disso, infelizmente presenciei um time com vários “quases”, como em 1988 contra o Bahia, como em 1992 contra o Internacional e em alguns cariocas. Anos sem título até chegarmos a 1995. Não posso mentir de dizer que o gol de barriga do Renato não foi meu momento mais especial com o Fluminense. Ali nós não fomos ao céu, fomos até a mais longínqua das galáxias. Um êxtase interminável que quase (olha ele aí) foi brindado com um título brasileiro. Mas a partir dali uma maldição caiu sobre as Laranjeiras e determinou que nós passássemos algum tempo no inferno.

Em 1996 o rebaixamento e a champanhe. Em 1997 o rebaixamento inadiável. Em 1998 uma promessa de “rumo a Tóquio” que acabou na queda derradeira. Sem dúvida, 1999 foi um ano de provação. Quem viveu intensamente aquele ano, não se assustou em 2009. Os tricolores que se mantiveram firmes e mostravam de peito aberto seu orgulho hão de ser eternos. Eu ia à faculdade com uma bolsa tipo carteiro e nela espetado um broche com o escudo do Fluminense. Fazia questão de mostrar a todos o meu time, sem me importar se fariam graça ou não. Contra o Dom Pedro, o famoso “time dos bombeiros”, eu estava lá.

Parreira e companhia nos fizeram campeões. Subimos com orgulho. Se quiser me ver perder a razão basta me observar quando alguém insiste em nos culpar pela João Havelange. Em pé novamente, levamos o carioca de 2002 (se foi esvaziado ou não, não temos culpa e vencemos em campo) e 2005, quando os pequenos surpreenderam e quando todos achavam que deixaríamos o Volta Redonda levar a taça. Até hoje eu me espanto pelos incrédulos que insistem em não ver que o Fluminense é o time do impossível.

Dois anos depois, a Copa do Brasil que marcaria o início de um dos períodos mais vencedores do Flu. Lembro-me bem de Joel Santana deixando as Laranjeiras esbravejando: “é impossível ganhar alguma coisa com esse time”. Pois bem, Renato Gaúcho assumiu e o título veio com o gol do Roger. De volta à Libertadores. Talvez poucos se lembrem, mas naquele ano, também teríamos direito à vaga pela colocação no Campeonato Brasileiro. Enfim o Fluminense novamente se mostraria à América.

É engraçado pensar que já se passaram cinco anos desde aquela Libertadores. O Fluminense voava em campo, fazia jogos próximos à perfeição. Protagonizamos uma goleada histórica sobre o Arsenal e desbancamos os dois maiores gigantes da época: São Paulo e Boca Jrs. Nos jogos finais todos sabem o que aconteceu. Guerrón correu na direção de onde eu estava para debochar de nossa torcida e poucas vezes odiei tanto alguém.

Em 2009, o impossível foi alcançado, matemáticos e críticos foram contrariados. Por pouco não tivemos o título da Sul-americana. Em 2010, o tri, o ano do Conca. Em 2011, a traição, a espera e a vontade de se reerguer. Em 2012, quase a perfeição: o carioca e o tetra, nos faltando apenas (e mais uma vez) a Libertadores.

Agora em 2013, a decepção. Afinal, ficamos mal-acostumados a vencer. Mas temos de volta o nosso Maracanã, a nossa casa. Um ano que, como eu disse acima, ainda podemos salvar.

Esse é o meu Fluminense de 35 anos, que eu amo e que já ganhou muita coisa. O do meu pai já tem 70 e ganhou ainda mais. Meu avô, infelizmente, não está vivo, mas caso estivesse teria presenciado 111 anos de futebol na sua maior glória.

111 anos de esperança, harmonia e sangue.

Parabéns ao Fluminense de todos os tempos!

ST!

 

Rodrigo César, o Rods

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @Rods_C

ANUNCIO 1995

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