Fluminense 2 x 3 Internacional (por Ernesto Xavier)

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Por onde começar a narrativa de um jogo de futebol? Pela partida? Pela reação da torcida ao ver a equipe em campo? Pela escalação? Pela narração do jogo em si?

Prefiro pensar que o jogo de futebol é muito mais do que fatos narrados de acordo com aquilo que vemos. Futebol está muito mais relacionado ao que sentimos do que ao que dizem serem os fatos.

O Fluminense encontra-se em momento crítico do ano. Estamos em começo de campeonato, porém desenha-se uma situação pouco favorável a nós, mesmo que a tabela nos coloque em posição intermediária no momento. O que importa é o que vemos em campo. E não é animador.

Temos três jogadores na seleção brasileira, dirão uns. Jogadores que não rendem o que deles se espera, direi eu (e talvez muitos dos torcedores). De quem é a culpa? Não existe um culpado. São vários. A própria seleção brasileira e a soberba e acomodações que ela causa podem ser o início de nossa descoberta. Dos 3 jogadores: Fred, Jean e Cavalieri, vejo Jean como o que melhor voltou depois da Copa das Confederações. Ele é o dono do nosso meio-de-campo. Desarma, arma, corre, lê o jogo, pensa, porém é volante. Fred sofre com a inapetência de seus companheiros, que deveriam servir-lhe com bolas decentes em condições de marcar. Mas quem pode fazer isso no Fluminense? Deco e Felipe. Onde estão eles então? No banco de reservas. Wagner é esforçado, habilidoso, mas não é armador. E Rhayner? Este é outro que dá o sangue em campo, corre, luta e toca de lado, erra passes e faz faltas sem necessidade. Ele é uma pessoa que aparece muito bem para a torcida, porém nesse esquema armado por Abel acaba sendo inútil, pois não finaliza bem, não passa bem e não marca bem. O que faz em campo desde o início? Deveria entrar quando o adversário estivesse cansado, já que tem fôlego de maratonista olímpico.

O ataque, mesmo com as ponderações feitas acima, porta-se bem e cria muitas oportunidades. E a defesa? Gum, Digão e Edinho. Por que será que estão a tanto tempo no Fluminense e não sofremos com especulações de sondagens e idas para o exterior quando a janela de transferências abre? Talvez porque eles sejam jogadores medíocres, sem mercado, fora de interesse para outros clubes. Alguns dirão que tivemos a melhor zaga do campeonato em 2010 e 2012. Eu ainda preciso entender mais de futebol para entender tais fenômenos, porém digo como torcedor que sou, que sofri demais com falhas, buracos e desatenções desses jogadores, que são praticamente os mesmos desde o milagre de 2009. Será que ninguém da diretoria e comissão técnica percebe que é hora de mudar? Precisamos de gás novo em nossa defesa.

Para finalizar a defesa temos o goleiro da seleção: Diego Cavalieri. Melhor goleiro do ano passado no Brasil. Salvador da pátria! Campeão da Copa das Confederações! O que fez pelo Fluminense em 2013? Falhou feio na Libertadores, dando o jogo de mão beijada ao Olímpia, falhou contra o Botafogo no último final de semana e para coroar falhou contra o Internacional em uma cobrança de escanteio onde ele estava livre de marcação. Todos sabemos quão ingrata é a posição que ele ocupa, no entanto, também sabemos que erros infantis não são tolerados em times de grande porte, principalmente quando se fala no atual campeão brasileiro.

Até o momento não falei diretamente sobre o jogo, mas ao mesmo tempo já descrevi o ocorrido.

1 a 0 Internacional. Erro de marcação de Gum. Gol de D’Alessandro aos 19 do 1° tempo. Flu jogando melhor. Falha da defesa.

2 a 0 Internacional. Falha de Digão ao tentar atrasar bola para Cavalieri. Bola livre nos pés de Forlán. Gol.

Imediata reação do Fluminense em cobrança de falta. Gol de cabeça de Carlinhos. Um dos mais eficientes em campo.

Antes do fim do primeiro tempo: gol do Internacional. Cobrança de escanteio de Forlán, Cavalieri sem jogadores para atrapalhá-lo, gol OLÍMPICO. Frango. Fluminense jogando muito melhor teve seu ímpeto arrefecido com a falha do seu goleiro salvador de 2012, no tetra.

Segundo tempo e time igual. Abel não altera o time no intervalo. Isso todos já sabem.

Fred marca aos 7 do segundo tempo após cobrança de bola parada(talvez a melhor e única arma do Fluminense hoje em dia). Primeiro gol do artilheiro tricolor neste brasileiro, que serviu a seleção durante boa parte do campeonato e esteve poupado para a Libertadores nos primeiros jogos.

3 a 2. Fim de jogo.

Quem jogou melhor? Digamos que o Fluminense. Posse de bola, contra-ataques rápidos e má pontaria, afobação. Poderíamos ter vencido caso tivéssemos paciência.

O goleiro colorado fez cera, talvez motivado pelos uruguaios e argentinos que o acompanham no time e só foi punido com um cartão amarelo.

Nosso time mostrou que não está preparado para a sequência difícil que se apresenta. Ainda vivemos da lembrança maravilhosa do ano passado. O time é praticamente o mesmo, mas os resultados não.

Nosso passado de nada pode nos ajudar no presente. Precisamos encontrar uma nova forma de vencer. O time que não levava gols e que era letal nas partidas não existe mais. É possível melhorar? Sim. Caso Abel continue em sua cisma tática será difícil vislumbrar algo melhor. Podemos fazer algo de diferente com o elenco que temos. Basta bom senso e treinamento.

Voltaremos para nossa casa na semana que vem. O Maracanã nos espera ansiosamente. Fomos campeões brasileiros fora dele. Do que seremos capazes agora? Só o futuro poderá nos dizer.

Boa sorte!

Saudações tricolores!

Ernesto Xavier

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

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