As contas do Tristão… (por Bruno Faraj)

A matemática não é exata ao ponto de compreender façanhas

Tricolor de coração,

Nem vou me prender aos tristes cálculos de Tristão Garcia em relação ao titulo do Galo, nem tão pouco me chatear pelo fato de mais uma vez dele não acreditar no time das Laranjeiras. Só quero saber como a matemática consegue cravar algo com tanta certeza quando ainda faltam diversas rodadas para o fim do certame e porque ela gosta de se meter tanto em algo que não foi chamada.

As pessoas se esquecem de 2009, quando num toque de mágica o Fluminense começou a não mais tomar conhecimento de seus adversários – triturou tudo que viu pela frente e ali nasceu o time de guerreiros. No ano seguinte culmina com o tricampeonato de forma sensacional, de ponta a ponta com um time metodicamente perfeito. A matemática também já cravou que seria como um raio cair no mesmo lugar pela terceira vez caso o Fluminense conseguisse a façanha de se classificar na Libertadores de 2011 e que fim tivemos? Ah, sim: poucos se lembram de que o Flu havia desafiado a ciência em 2006 e 2008, demolindo dois rebaixamentos “certos”

Qualquer um, seja matemático ou o mais indiferente leigo, ao mexer em nossa historia vai se deparar com diversas viradas e conquistas inexplicáveis. Como a matemática que sempre se diz exata em seus detalhes, pretende entender o que fizemos e o que faremos?  A história do Fluminense, por si só, distorce toda a exatidão matemática.

Não me abalei com esses cálculos, não desanimei, pois sempre enxerguei como falta do que fazer a participação de matemáticos no meio do futebol. O que ganha campeonato são sequência de sucessos, elenco e vontade. Na matemática 1 + 1 = 2, ou até mesmo 29 + 35 / 12 = 5,3333333. Esse última é a prova de quão mirabolante a matemática pode também ser quando comparada ao futebol. Porém, no jogo criado pelos ingleses há milhões de anos, difundido mundo afora, aperfeiçoado por craques e vivido de forma emocionante pelo apaixonado fã, nada nunca será exato. Se nos cálculos podemos ver um resultado esquisito como 5,3333… no futebol a emoção é mais intensa. Você luta e empata um jogo aos 45 minutos do segundo tempo e seu adversário tem a frieza, sorte ou competência de modificar o resultado quando menos se esperava. No apagar das luzes, junto do apito do árbitro, diante do improvável.

Concluímos que se um cálculo não tem dois resultados diferentes, ele não pode se misturar com um jogo que muda de intensidade em menos de segundos. Se um jogo é intenso e de possibilidades diversas, ele não pode se misturar com algo que zela pela exatidão. Vale escorar-se atrás de números, só não vale se enganar com eles. Tricolor que se preza não se abalou com esses tristes números, pois sabemos o tamanho do nosso potencial e quanto é valente nossa vontade. No fim das contas, o Tristão é ele.

Vamos com tudo, Fluzão!

Bruno Faraj

Panorama Tricolor/ FluNews