No começo do ano de 2015, a Unimed encerrou por vontade própria seu patrocínio de 15 anos com o Fluminense. De bate-pronto, as carpideiras de plantão vaticinaram o fim do Tricolor. Uma parte da imprensa se antecipou prevendo a morte do clube gênese do futebol carioca. Eles esqueceram que já estivemos na terceira divisão em situação administrativa e financeira muito pior e não morremos. Esqueceram que, em 2009, vaticinaram o rebaixamento do Fluminense e, em um dos maiores feitos da história de um clube de futebol no Brasil (quiçá no mundo), o Flu não foi rebaixado e decretou a morte dos pseudo-estatísticos de plantão.
Na reunião do conselho deliberativo posterior a saída da Unimed, teve conselheiro – de um setor da oposição – que, sem nenhum senso crítico e num total derrotismo, digno de um torcedor do Botafogo, chorou a saída da Unimed e questionou: “O que será do Fluminense agora”?
Quer gostem ou não, esta gestão se preparou para esta saída. A gestão tem problemas – todas tem – mas, definitivamente, com todas as dificuldades, o cenário está longe de ser o preconizado pelos arautos do ceticismo e do oportunismo.
Só para constar, o São Paulo vai para o quarto mês de salário atrasado agora.
Pois bem: alguns meses depois de preverem a morte do Fluminense, o time arrancou uma vitória heroica no segundo tempo contra o Goiás e entrou no G4. Enquanto isso, o Flamengo – que recebe milhões da Globo e do governo – amargou uma derrota para o então lanterna do campeonato Vasco, que ganhou um título estadual à base de conchavos e esquemas na Federação. E o Botafogo tomou uma porranca de quatro do Macaé na segunda divisão.
É verdade, o Fluminense complicou um jogo que não era para ser complicado, embora todos os jogos neste campeonato sejam difíceis. O 4-2-3-1 do Enderson tem obtido resultados, mas definitivamente não funciona se não tiver um jogador de velocidade nessa linha de três. Toda vez que alterou tirando um dos meias clássicos (normalmente o Gerson, que não quer nada com o baú) e colocou um atacante de velocidade por ali (Marco Jr. ou Lucas Gomes), o time arrancou para a vitória.
O nosso melhor atacante de velocidade é o Wellington Silva, que ontem fez mais uma jogada de gol. Isso precisa ser corrigido urgentemente e, se o técnico não confia nos homens de velocidade do elenco, que se ache um no mercado.
No jogo deste domingo notamos que, infelizmente, por ora, não dá mais para o Gum. Tomou um drible feio do nove do Goiás no primeiro tempo e errou tudo o que pôde. A única coisa que fez certa foi meter a mão evitando o segundo gol dos caras (já que Cavalieri defendeu o pênalti). Aliás, sobre o Cavalieri, por que não sai para o abafa em bolas como a do gol do Goiás?
No mais, time e torcida foram guerreiros demais no segundo tempo do jogo, quando o time chegou a ficar com menos dois por quase quinze minutos. A torcida que foi ao estádio deu show. Em maior número que a do Goiás, fez o time do Flu se sentir em casa.
Os destaques da partida? Cavalieri, Wellington Silva, Jean e Edson. Este foi uma puta aquisição do clube. Minha defesa é Marlon e Henrique. E torço para que a contusão do Vinicius não seja séria.
Quinta nos vemos no Maracanã. O futuro no campeonato é incerto, mas não há motivos para desconfiança neste momento até porque o Time de Guerreiros voltou.
Que venha o Santos.
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Há torcida mais bipolar que a do Fluminense? Não sei, mas que a nossa é bipolar, é. Há seis meses defenestravam o Kenedy (inclusive eu). Agora ficam putos por que o cara vai embora por 31 milhões de reais. Aliás, é a mesma parte da torcida que sentava o pau no Biro-Biro e agora clama pela volta dele – e a mesma torcida que clamou pelo Magno Alves e agora está puta com o cara.
Vá entender.
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Gerson, na boa, jogando este futebol que está jogando você não será contratado nem pelo Barcelona Esporte Clube da terceira divisão do campeonato carioca.
Se liga!
Panorama Tricolor
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Imagem: pra/lb