Hoje o Fluminense enfrenta a Ponte Preta e lutará por preciosos três pontos que podem nos manter perto do topo da tabela. Mas ao entrar no Maracanã (ou ao menos vê-lo pela televisão), a cabeça do tricolor estará no dia 25 de junho de 1995. São vinte anos do 28º título carioca que foi para as Laranjeiras, uma conquista que valeu infinitamente mais que apenas um troféu. Uma conquista que agora completa vinte anos e que seguirá lembrada e festejada como um grito que ecoará eternamente.
No livro do meu amigo Paulo-Roberto Andel – 1995: O Campeão do Centenário – tem tudo o que se passou naquele carioca, especialmente o jogo e sua atmosfera. Aqui, no Panorama, já são várias histórias, leituras e releituras. Eu mesmo já publiquei como foi aquele dia para mim em Brasília. Aqueles que nem eram nascidos ou ainda muito novos para lembrar já sabem tanto, que é como se naquela batalha estivessem. Lá no dia em que uma barriga derrotou o sistema.
Mas quero (re)lembrar um ponto importante: muito se engana quem pensa que a diversão está apenas na barrigada. O clube de regatas da Gávea festejava seu centenário e a mídia fez daquilo o grande acontecimento do ano. Ataque dos sonhos, Romário, rap dos bad boys… Estava decretado que era o ano do Flamengo. Vieram as primeiras vitórias e a classificação pra fase final daquele Carioca. Ampla vantagem, ainda que contra nós apenas tropeço e derrotas.
Por muito pouco aquele Fla-Flu não foi uma mera solenidade de entrega de faixas. A desigualdade nas arquibancadas poucas vezes foi tão gritante. Mas chegamos com uma possibilidade e fizemos um, fizemos dois. Durante os quinze minutos do intervalo, flamenguistas de todo Brasil seguiram para suas casas. Foi nosso o primeiro tempo e deles o segundo. Fizeram um, fizeram dois e eles ressurgiram, brotando de todos os cantos. No Maracanã, poucos tricolores ainda acreditavam, muitos rubro-negros comemoravam. Uma pequena armada contra um batalhão.
O destempero tricolor e as expulsões que se seguiram pareciam afirmar a situação. Sorrisos e risos da parte deles, descrença e tristeza da nossa. Nossos insucessos recentes chegavam ao ápice (ou fundo). Derrota à vista.
Aos 40’’ do 2º tempo, o saudoso Chico Anysio cravou na rádio:
– “Neste momento é impossível o Fluminense tirar o título do Flamengo.”
Tudo indicava que era verdade, quando, dois minutos depois, Ronald recebe no meio, pela direita, e passa a bola para Aílton. O ex-flamenguista, que fora rejeitado por lá, resolveu tirar Charles Guerreiro para dançar. Corta para um lado, corta para o outro e chuta. Seu nome é o que está na súmula, mas enquanto cruzava a área, a bola desviou na barriga de Renato Gaúcho e a história se reescreveu. O dono do chute saiu para um lado e foi festejado. O dono da barriga saiu para o outro e comemorou sozinho até descobrirem o que aconteceu. Dos minutos finais no cronômetro ninguém lembra.
Renato tirou onda de Rei do Rio, mas também foi o primeiro tricolor a ser chamado de Coração Valente. Nas telas do cinema, Mel Gibson herói escocês de branco e azul. Na capa da Placar, Renato Gaúcho herói tricolor de verde, branco e grená. Vinte anos atrás… 1995… como se fosse ontem, como se fosse hoje e amanhã. Fomos guerreiros mesmo antes de 2009. O orgulho e o grito, que libertamos ali, ecoa pela eternidade. Eles podem até negar, mas escutam até hoje.
ST!
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @Rods_C
Imagem: Revista Placar
Recordar é viver!!!
Parabéns, grande Rods! Demais!!!!
SSTT4
Valeu Roger!!!
Abração e ST!
Rod!. Eu estava lá. Foi de arrepiar.
Grande José!
Eu posso imaginar. Infelizmente, eu não estava pois morava em Brasília. Mas ainda assim foi um momento único na minha vida.
Abração e ST!
Eu tenho essa revista até hoje !
Boa, Roberto!
Essa peça se faz obrigatória na coleção de qualquer tricolor!
Abração e ST!