Um milhão de corações.

Cliques, cliques, cliques.

Aplausos e vaias, críticas construtivas e também inveja.

Apoios incondicionais, oposições. Pátrias, famílias, religiões.

“Faça o favor de se retirar daqui e leve sua equipe também.”

“Sem uma marca renomada, você vai ter dificuldades em se estabelecer. Ninguém te conhece.”

“E quem vai se interessar por isso?”

“Nós estamos bem”

Em 15 de julho de 2012 o PANORAMA entrava no ar com a postagem “Nós estamos bem”, a publicação de uma letra dos Titãs. Na verdade, buscava recuperar os escombros de meu desabamento. Como os leitores mais antigos já sabem, esse time nasceu junto em outro sítio tricolor, de onde eu fui expulso por simplesmente não concordar com a censura que foi feita a uma publicação minha, retalhando o meu trabalho sem qualquer consulta ou respeito. Despejado, peguei meu boné, reuni a turma que me seguia, pedi ajuda imediatamente a meu velho amigo vascaíno Zeh Augusto Catalano na construção e, em poucos dias, estreávamos. Começamos tudo de novo. Do zero.

A turma toda veio comigo.

Não tenho dinheiro, mas sim amigos e admiradores de alguma forma.

Com raras exceções, todo mundo que aqui está eu trouxe por conta de meus contatos pessoais.

Gente amiga, gente que amo, gente que eu sabia ter talento e nunca havia publicado em outros locais.

Não fizemos isso para sair tirando craques de outros sites e blogs na internet. A graça é essa: a nossa diferença para todos é que somos um time realmente junto. Boa parte do nosso elenco era inédita em escrever na internet.

O critério foi basicamente publicar sobre futebol – e a vida – com lucidez, poesia, drama, jornalismo, o que valesse para a nossa pluralidade. E tem sido assim. Fluminense, cotidiano, literatura, informação e tudo muito diferente dos formatos da imprensa convencional.

Achávamos que seria coisa para 500 visitas por mês. Na primeira medição, em agosto, mais de 13 mil. Em outubro, superamos 100 mil. Seguimos em frente. A audiência é muito significativa, mas que fique claro: nosso trabalho não se ampara apenas em números, mas sim numa construção no sentido de trazer à tona um Fluminense muito diferente de manchetes mofadas e debochadas.

Dez meses e meio depois, precisamente hoje somamos mais de um milhão de visitas dos torcedores do Fluminense – e também de outros times, em minoria, ora irritados, ora elogiosos para com o nosso trabalho. Não é pouca coisa, mas ainda é o começo. Vamos fazer muito, muito mais pela estrada. Na estrada.

Eu queria agradecer a todos os meus sócios nessa empreitada, os colaboradores que muito enriquecem o nosso conteúdo e você, que nos prestigia e dá força para a renovação a cada dia.

O PANORAMA tem muitas faces, isso até me sugere um disco épico de rock: “Face dances”, com o The Who. A dança dos rostos, suas vertentes, suas nuances. A gente queria algo ousado: fugir do óbvio, injetar versos nas sentenças de futebol. Cada um a seu modo, conseguimos.

Nem fizemos um ano, nem chegou ao primeiro aniversário e eu já sinto um orgulho enorme dentro da minha total desimportância nesta Terra. Desimportância mesmo! O que me coube e cabe por aqui é o papel de garimpeiro: trazer a turma e juntá-la. Escrevo minhas cronicazinhas, falo das minhas paixões e a vida segue como se fosse o lindo mar de Itapuã. Não temos fissura em sermos os melhores: somos apenas os diferentes. Não se trata apenas de curtidas e compartilhamentos, mas sim conquistar corações e mentes.

Com muita – ou alguma – sorte, terei ainda uns 25 anos de vida. Não quero deixar de estar aqui no PANORAMA em dia nenhum deles.

Aos que sempre me apoiaram, o meu muito obrigado. Sempre.

Aos que malversaram o meu nome e me caluniaram, resta dizer que o meu sobrenome é Andel. Em caso de dúvidas, o Google resolve. Pra quem me esqueceu, aquele abraço!

Daqui a pouco tem dois milhões. É que nós somos um time.

Falando em inglês, “the best is yet to come”.

Ou no português de Torquato Neto: “Só quero saber do que pode dar certo: não tenho tempo a perder!”

Paulo-Roberto Andel

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel